terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Publicações sobre Educação Patrimonial no Outeiro do Circo


O tema da Educação Patrimonial no Projecto Outeiro do Circo está presente desde o seu início em 2008. Este projecto foi concebido para integrar uma forte vertente de envolvimento das comunidades mais próximas e de divulgação generalista, como formas de transmitir o conhecimento produzido pela investigação arqueológica. 
Aos longo dos anos foi sendo desenhado um programa de Educação Patrimonial mais vasto, que foi trabalhado a nível conceptual e experienciado através de inúmeras iniciativas. 
No momento em que se aguarda a publicação de um artigo de síntese sobre as experiências de 10 anos de Educação Patrimonial no Outeiro do Circo, relembramos aqui outros trabalhos publicados sobre o tema.






domingo, 26 de janeiro de 2020

Citações (8)

Retomamos a rubrica citações com uma menção ao Outeiro do Circo de um manual académico de referência nos anos de 1990, "Proto-História de Portugal", da autoria de Armando Coelho Ferreira da Silva e Mário Varela Gomes, editado pela Universidade Aberta. 

Transcrição (p. 109)

"No Baixo Alentejo, a poente de Beja, em zona de férteis terrenos agrícolas e rica em minério de cobre (Mina da Juliana), onde abundam necrópoles da II Idade do Bronze, contendo espólios mais ricos e estelas decoradas, tal como da Idade do Bronze Final (Ervidel II), localiza-se extenso povoado no local denominado Outeiro do Circo.
Fortes muralhas protegiam pessoas, colheitas e gado, parecendo desprovidas de torres e bastiões, sendo possível que uma entrada, voltada a sudeste, fosse defendida por barbacã. As cerâmicas recolhidas são muito semelhantes às de Coroa do Frade. Note-se o aparecimento de bordos com impressões, detectados em estações dos estuários do Tejo e do Sado, tal como decorações formadas por linhas paralelas incisas ou pintadas."

Silva, A. F. C. e Gomes, M. V. (1994), Proto-História de Portugal, Lisboa: Universidade Aberta, p. 87

A referência à existência de uma possível barbacã a defender a entrada localizada na zona sudoeste (e não sudeste como erradamente referida) foi bem intuída pelos autores, uma vez que os trabalhos de fotointerpretação realizados no Outeiro do Circo vieram a confirmar a presença de dois bastiões semicirculares a protegerem a entrada.  

Entrada Sudoeste e bastiões 

sábado, 11 de janeiro de 2020

Faunas do Outeiro do Circo

O Projecto Outeiro do Circo iniciou nova colaboração para o estudo Zooarqueológico dos restos de faunas recolhidos nas campanhas arqueológicas realizadas entre 2008 e 2017, que será desenvolvido por Nelson J. Almeida, investigador da UNIARQ - Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa e que colaborou na campanha arqueológica de 2019 no Outeiro do Circo. 
O estudo tem como principais objectivos, por um lado, a identificação anatómica, taxonómica e de padrões de abate das faunas recuperadas e, por outro lado, a compreensão do processamento e consumo pelos grupos humanos do Outeiro do Circo. Com base nos dados obtidos, será possível estabelecer comparações com outros contextos regionais cronologicamente similares, mas também analisar as persistências e mudanças na gestão dos recursos animais ao longo do tempo.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

TAG Ibérico 2020


E 2020 começa com o anúncio do programa do congresso TAG Ibérico, no qual o Projecto Outeiro do Circo irá estar presente.
O TAG Ibérico, dedicado à teoria arqueológica, realiza-se nos dias 13 a 15 de Fevereiro de 2020 na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e no Museu Arqueológico do Carmo. 
O Projecto Outeiro do Circo está integrado na 8ª sessão (No todo es lo que parece: repensando la educación pública y la divulgación en la Arqueología y en la gestión del Patrimonio de la Península Ibérica), no dia 14 de Fevereiro, coordenada por Laura Coltofean e Tiago Gil, onde será apresentada a comunicação "Investigação arqueológica e divulgação junto da comunidade. Algumas considerações tendo como base o caso prático do Projecto Outeiro do Circo", a cargo de Eduardo Porfírio e Miguel Serra. 


Resumo:

Investigação arqueológica e divulgação junto da comunidade. Algumas considerações tendo como base o caso prático do projecto Outeiro do Circo.
Eduardo Porfírio e Miguel Serra

Desde o seu início em 2008 que o Projecto Outeiro do Circo tem vindo a desenvolver actividades de socialização do conhecimento científico. Recorrendo a vários pressupostos e conceitos oriundos da área da designada Arqueologia Pública, da Arqueologia Comunitária e da Educação Patrimonial, o projecto foi-se estruturando segundo uma matriz muito própria, devida, sem dúvida e em primeiro lugar às características sociais específicas da aldeia de Mombeja (Beja), mas a ela não se restringindo pois as redes sociais possibilitam a criação de uma comunidade de cariz virtual, logo de abrangência muito mais vasta.
Se nos anos iniciais as actividades de divulgação eram encaradas como uma contrapartida ao financiamento municipal do projecto, é de salientar que com o passar do tempo, a comunidade local foi adquirindo um papel mais interventivo. Em primeiro lugar por ter passado a propor, junto dos responsáveis científicos, a realização de eventos mais ajustados aos seus interesses e objectivos, resultando por exemplo na estruturação de uma visita tipo para grupos de ocupação de tempos livres para jovens em férias. Em segundo, porque vários elementos oriundos maioritariamente da comunidade virtual, possuidores de aptidões artísticas nomeadamente ao nível do vídeo e da fotografia, trabalharam directamente com o projecto usando-o como tema para as suas produções, daqui resultando uma série de novas perspectivas sobre o povoado, sobre a sua investigação e, acima de tudo, sobre a componente humana que interage entre si tendo como ponto de contacto o sítio arqueológico do Outeiro do Circo.
Nesta comunicação, para além de se apresentarem algumas das actividades realizadas no âmbito do projecto de Educação Patrimonial do Outeiro do Circo, discute-se a componente conceptual subjacente a este projecto, destacando-se, com base nos exemplos apresentados, a aplicação prática dos conceitos e dos pressupostos teóricos e o modo como estes são moldados pelas características sociais da comunidade local, mas também da virtual.