domingo, 26 de setembro de 2010

Outras perspectivas sobre o Outeiro do Circo

Muitos têm sido aqueles que visitam o Outeiro do Circo e registam fotograficamente momentos ou pormenores que aparentemente não estão relacionados com a prática arqueológica. Algumas destas fotografias que descobrimos na internet, dão testemunho dos ritmos cíclicos da natureza que desde sempre influenciaram o tempo das sociedades humanas. A compreensão do modo como esta interrelação se materializa no quotidiano das populações do passado e se manifesta nas esferas do simbólico, faz sem dúvida, parte das nossas preocupações enquanto arqueólogos.

Do blogue nestemar.

Do blogue cidades invisíveis.

Projecto Outeiro do Circo - Campanha de 2010 - Arquivo de Media

No momento em que ainda se faz o balanço da Campanha deste ano, colocámos na nossa página do Facebook, dois arquivos de áudio relativos às Notas de Imprensa difundidas pela Rádio Pax (101.4 FM, Beja) e um de vídeo com a reportagem exibida no Portugal em Directo (RTP) de 9 de Agosto.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

As escavações da Campanha de 2010 vistas pelo fotógrafo António Cunha








Nota: Todas as fotografias são da autoria de António Cunha, a quem agradecemos a autorização para as publicar e difundir salvaguardando devidamente a autoria. Obrigado!

V Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular

Vai ter lugar entre 18 e 20 de Novembro, o V Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular a realizar em Almodôvar.


O projecto Outeiro do Circo estará presente com a apresentação da comunicação:

O Bronze Final nos “Barros de Beja”. Novas perspectivas de investigação.
Miguel Serra e Eduardo Porfírio (Palimpsesto, Lda. / CEAUCP-CAM); geral@palimpsesto.pt

Resumo: No âmbito do projecto de investigação “A transição Bronze Final / Iª Idade do Ferro no Sul de Portugal: o caso do Outeiro do Circo”, têm vindo a ser realizadas escavações no emblemático povoado fortificado do Outeiro do Circo, que possibilitam o estabelecimento de novas considerações sobre o povoamento de altura durante o Bronze Final. Estas intervenções centradas numa zona de talude na parte Sudoeste do povoado, têm permitido documentar um sistema defensivo, que conjuga arquitecturas de terra e de pedra num possível complexo de rampas.

As informações obtidas no terreno, têm sido conjugadas com a realização de trabalhos de fotointerpretação, encarados como um auxiliar precioso para conhecer os limites e a morfologia das muralhas do Outeiro do Circo no conjunto dos seus 17 ha. Assim, tem sido possível definir de forma mais precisa o prolongamento de troços duplamente muralhados e uma área de entrada defendida com dois bastiões anexos à muralha.

Para além da ocupação no Outeiro do Circo, assiste-se actualmente a um grande incremento de dados sobre o IIº milénio num vasto território envolvente, possibilitado por intervenções de emergência associadas a grandes projectos públicos como o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva. Surgiram grandes novidades relacionadas com a ocupação de planície, revelando uma intensa ocupação do território através de estratégias complexas, materializadas nos povoados abertos de fossas. As novas perspectivas de investigação que este conjunto de informações possibilita, lança-nos o desafio de procurar compreender as estratégias de povoamento ao longo da Idade do Bronze nesta região.

Será também apresentada uma comunicação referente a um sítio da Idade do Bronze intervencionado pela empresa Palimpsesto, Lda., mas que integra também o âmbito da investigação do projecto:

Arroteia 6 (Mombeja – Beja) no contexto da Idade do Bronze do Sudoeste Peninsular.
Eduardo Porfírio e Miguel Serra (Palimpsesto, Lda.); geral@palimpsesto.pt

Resumo: Durante os trabalhos de minimização de impactes sobre o património, a cargo da Palimpsesto, Lda., decorrentes do projecto “Conduta Santa Vitória, Mombeja, Beringel”, relativo à implantação de condutas de abastecimento de água às freguesias rurais do concelho de Beja, da responsabilidade da EMAS, EEM, foram detectados vestígios de estruturas escavadas no caliço brando da região que revelaram materiais genericamente enquadráveis na Idade do Bronze.

A intervenção arqueológica permitiu identificar duas áreas de interesse, ambas sob a designação de Arroteia 6, das quais uma apresentava-se bastante afectada pela intensa actividade agrícola característica desta região dos “Barros Negros”, não permitindo definir com rigor o contexto arqueológico a que se reportava, mas documentando a existências de níveis com materiais cerâmicos da Idade do Bronze. A segunda área escavada, permitiu a identificação de uma estrutura negativa de tipo silo/fossa, cujos enchimentos embalavam diversos materiais, entre os quais se destaca um conjunto taças carenadas enquadráveis no Bronze Final.

A análise espacial e morfológica da envolvente à área de intervenção permite considerar que estes vestigíos se podem integrar no grupo dos povoados abertos de fossas da Idade do Bronze, semelhantes a outros recentemente identificados nas regiões vizinhas de Beringel e Trigaches.
De facto, a área envolvente desenvolve-se numa plataforma homogénea de planimetria elipsoidal, composta por terrenos férteis integráveis nos solos de tipo “Barros Negros”, próxima de linhas de água sazonais, revelando a mesma estratégia de implantação de outros sítios semelhantes.

O povoado deverá ocupar parte ou a totalidade desta plataforma, apesar da intervenção apenas ter detectado uma estrutura, situada nos limites desta área.

Pretende-se efectuar igualmente algumas considerações sobre a eventual contemporaneidade entre este sítio e o povoado do Outeiro do Circo, bem como a relação entre ambos, integrando-os na rede de povoamento que começa a emergir nesta região.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Nova Secção: Colaboradores.

Iniciamos uma nova secção deste blogue designada "Colaboradores", na qual iremos convidar vários investigadores a participar com pequenos artigos dedicados directa ou indirectamente ao Outeiro do Circo.

A primeira contribuição é da autoria de Gérard Chouquer, membro do CNRS-INSHS e professor de arqueogeografia no Instituto de Arqueologia da Universidade de Coimbra e é dedicada à questão dos parcelários pré-romanos do Alentejo.

Seria de bom tom realizar uma breve apresentação da obra de Gérard Chouquer, no entanto, a intensa actividade académica e a proficuidade da sua produção científica, em conjunto com o nosso desejo de não cometer falhas leva-nos a remeter para os seguintes links do sítio Archéogéographie:



Resta-nos agradecer a Gérard Chouquer pela sua disponibilidade incondicional em aceitar o nosso repto para inaugurar esta rubrica.

La recherche des parcellaires préromains en Alentejo: une question de méthode en archéogéographie.

Cette brève présentation est issue d’un cours de photo-interprétation que j’ai donné à l’Université de Coimbra en 2009 et en 2010. Je remercie Miguel Serra de m’avoir proposé de la publier sur le blog d’Outeiro do Circo.

On peut penser que la recherche de vestiges ou de traces de parcellaires datant de l’Âge du Bronze ou des deux Âges du Fer dans la péninsule ibérique est tout simplement impossible. On n’espère pas, en effet, rencontrer des formes fossilisées visibles sur le terrain comme le sont celles du Dartmoor ou du Bodmin Moor en Cornouailles (Fleming 2008). De même, on n’imagine pas que des campagnes de prospection aérienne ou la pratique patiente de la photo-interprétation puisse donner, par des traces visibles sur des photographies aériennes, des résultats comparables à ceux qu’on obtient plus au nord, en France, aux Pays-Bas, dans les pays germaniques ou scandinaves et dans les Îles Britanniques, ou même dans des pays méditerranéens, comme dans le Tavogliere des Pouilles en Italie du sud, où des indices extrêmement nombreux ont permis la lecture de formes du Néolithique et de la Protohistoire.

Cette brève note a néanmoins pour but de tenter d’ouvrir une brèche dans cette opinion un peu compacte, bien que en partie fondée. En effet, je souscris pleinement au constat de la difficulté que présente la recherche dans les pays ibériques. Mais il me semble qu’une recherche expérimentale pourrait être de nature à modifier quelque peu l’idée. Le problème, selon moi, est de nature méthodologique et non historique. Autrement dit la question n’est pas de se dire qu’il n’y a peut-être pas eu de parcellaires ou de planimétries à ces hautes époques, mais plutôt de se dire qu’on ne sait pas bien comment les chercher ni ce qu’il faut voir.

D’autres chercheurs ont déjà tenté cette recherche. Ricardo González Villaescusa, par exemple, s’est interrogé sur le fait de savoir s’il y avait possibilité d’identifier des formes protohistoriques ibériques dans le Levant espagnol (González Villaescusa, 2002).

En choisissant quelques exemples dans l’Alentejo, au sud du Portugal, il me paraît possible de suggérer que la recherche de formes planimétriques anciennes est du domaine du possible, et qu’ensuite ces formes peuvent, avec toute la prudence qui s’impose, être éventuellement rapportées à des périodes préromaines.

Pour la bonne lecture de cette note, on suggère au lecteur d’afficher les missions indiquées (Google Earth ; Live Search Maps) sur son ordinateur et effectue les agrandissements nécessaires pour mieux voir les traces dont il est question.

Lombador

Dans ce modeste lieu du sud de l’Alentejo, la disposition actuelle du parcellaire est un éventail de grandes parcelles triangulaires centrées sur le village. Mais lorsqu’on effectue des agrandissements significatifs de l’image de Bing Maps (Live Search Maps), quasiment à la limite de la résolution, la texture de l’image met en évidence de très nombreux alignements fossiles dont la plupart correspondent à des parcellaires ou à des modelés agraires disparus.

Par exemple, dans le schéma d’interprétation donné ci-dessous, les traces vertes sont à mettre en relation avec le parcellaire médiéval et moderne. Mais les traces rouges sont discordantes et soulignent une phase antérieure du dessin parcellaire. Bien entendu il est ici complètement impossible de spéculer sur l’ancienneté ni même l’exacte contemporanéité de ces traces. Il n’y a pas de forme remarquable, pas de métrologie particulière qui attirerait l’attention sur telle ou telle strate. L’exemple n’a pas d’autre ambition que de démontrer la possibilité de lecture de très nombreuses traces fossiles ? Qu’on en fasse l’inventaire, qu’on en dresse la cartographie et il sera alors possible d’évaluer ou non la pertinence d’une recherche.
Fig. 1 - Lombador, Alentejo méridional. Partie sud-ouest du terroir. Nombreuses traces parcellaires et viaires fossiles. Cliché disponible sur Bing Maps (Microsoft Virtual Maps), non daté.

Fig. 2 - Lombador. Interprétation du cliché précédent.

Serpa

Voici un autre exemple, du même genre. Au sud de Serpa, dans des charnecas dénudées et livrées à la culture situées à l’est de la Quinta de São Brás, une véritable transparence de l’image aérienne disponible permet des lectures de paléoformes.

Le schéma d’interprétation de cette zone offre, en plus du parcellaire actif contemporain, deux autres orientations parcellaires utiles pour reconstituer d’éventuelles planimétries agraires anciennes.

Fig. 3 - Serpa, Alentejo. Quinta de São Brás. Dans une zone de parcellaire remembré, nombreuses informations sur l’état ancien du parcellaire et de la voirie. Cliché disponible sur Bing Maps, non daté.

Fig. 4 - Serpa, Alentejo. Quinta de São Brás. Interprétation du cliché précédent.

Outeiro do Circo

Avec cet exemple, il est possible de franchir un pas supplémentaire. Il est inutile de présenter ce site majeur de la fin de l’âge du Bronze aux lecteurs de ce blog, ni même de leur dire combien une utilisation intelligente de l’image aérienne permet d’avancer dans la connaissance de l’oppidum : il suffit de lire l’article « Photo-interprétation à Outeiro do Circo ».

Mon but est de montrer que les environs de l’oppidum sont porteurs d’une information paléo-planimétrique intéressante qui peut apporter des connaissances sur des états antérieurs de l’occupation du sol.

Le parcellaire du XXe s., observable sur les plus anciennes photographies aériennes, est de forme géométrique courante, traduisant des divisions d’époque moderne. Il ne transmet donc pas d’informations plus anciennes. Pour cette raison, l’identification de formes plus anciennes ne peut se faire que par des indices appropriés en photo-interprétation : traces d’humidité sur sols nus ou de coloration et de hauteur dans les végétaux.

Fig. 5 - Le parcellaire actuel autour de Outeiro do Circo. Document G. Chouquer.

Les diverses missions disponibles donnent des informations, notamment sous la forme de marques humides sur le sol. On peut utiliser la mission en Noir et Blanc de 1984, ou celle de 2006 sur Gooogle Earth.

Et c’est ici qu’apparaît le problème méthodologique. L’observation des images laisse apparaître très nettement une espèce de trame paléohydrographique très fortement diffusée dans l’espace et microdivisée, qui est traduite sur les images par de très vifs indices hygrographiques (damp marks de la terminologie anglaise). Peut-on considérer que ces traces sont uniquement des formes hydrographiques?

Fig. 6 - Beringel, à l’est du gisement de Outeiro do Circo. Détail de la mission de 2003 mise à disposition sur Google Earth. L’échelle linéaire est de 500 m.

Fig. 7 - Beringel, Outeiro do Circo. Interprétation exclusivement hydrographique du cliché précédent. L’échelle linéaire est de 500 m.

Nous pouvons, au contraire, considérer que la densité et la forme de cette trame suggèrent d’anciens modes d’organisation agraire. Deux aspects peuvent attirer l’attention :


— La forme croisée des lignes désigne non pas une forme hydrographique entièrement naturelle, mais une forme probablement hybride, hydro-parcellaire.


— La présence de traces humides épaisses, mais dont une limite est en ligne droite, et ceci sur le côté aval de la pente, suggère une limite, un effet de barrière, ou un obstacle à la libre circulation de l’eau en surface. Cette barrière, c’est une limite (fossé, haie, terrasse selon les cas) qui a longtemps retenu les feuillages, l’humidité et créé localement un milieu différent dont la marque est ainsi visible sur des images aériennes.

C’est ainsi que d’anciennes limites agraires peuvent être repérées, mêmes après leur disparition.

Fig. 8 - Beringel, Outeiro do Circo. Lecture de l’effet de barrière dans la circulation des eaux de ruissellement, permettant de mettre en évidence d’anciennes limites agraires.

Dans ces conditions, nous pouvons proposer une cartographie plus vraisemblable des traces d’humidité qui associe un réseau hydrographique et un parcellaire.

Fig. 9 - Beringel, Outeiro do Circo. Les marques soulignées par la couleur marron renvoient à un probable parcellaire de type hydro-parcellaire.

La carte suivante exploite cette piste pour l’ensemble de la zone entourant le site de Outeiro do Circo. Ce relevé propose différentes informations : des voies dessinant un croisement à l’est du site de l’oppidum ; de nombreuses traces de limites parcellaires. Comme ces traces n’ont rien à voir avec la planimétrie actuelle, nous sommes donc en présence d’une strate archéologique.


Bien entendu, un relevé de photo-interprétation ne donne pas la date des éléments, ni ne donne d’éléments pour attester ou non la contemporanéité de toutes ces traces. Il faut, à cette étape, relayer la recherche en changeant de méthodologie.

Fig. 10 - Mombeja et Beringel, Outeiro do Circo. Relevé des traces de voies et de parcellaires fossiles visibles sur les missions aériennes.

En guise de conclusion....

Ces quelques exemples suggèrent que la recherche sur les planimétries préromaines en Alentejo - habitats, voies et parcellaires - doit passer par une phase de cartographie de tous les indices lisibles sur les missions aériennes. La méthodologie revient à constituer des cartes de compilation, à la plus grande échelle possible, afin de lire les détails. Cette cartographie ne répond pas définitivement à la question de l’identification ni à celle de la datation des parcellaires, mais elle est néanmoins un passage obligé de la recherche.

Lexique

Carte de compilation
Carte sur laquelle on reporte toutes les informations utiles lues sur les missions aériennes et les cartes, afin de disposer d’une représentation à la même échelle. Avec des outils de superposition comme Adobe Illustrator, ou mieux, avec un SIG, on peut réaliser cette superposition film par film et disposer d’un précieux outil de travail et de comparaison.

Hydroparcellaire, fluvioparcellaire, trame fluviaire
Ces termes hybrides qui associent à chaque fois un mot désignant le réseau hydrographique (hydro/ fluvio) et un autre désignant la trame parcellaire ou viaire désignent des formes dans lesquelles l’interpénétration entre les éléments naturels et les éléments socialement construits atteint un degré tel qu’il est sans intérêt de chercher à séparer le physique du social. Ainsi, beaucoup de trames parcellaires construites par les habitants et les agriculteurs ne sont que l’aménagement de réseaux naturels de circulation en surface des eaux.

Indice hygrographique
Trace d’humidité en surface individualisée par rapport à un contexte plus sec, et qui peut traduire une forme disparue. Les indices hygrographiques révèlent le plus souvent des paléochenaux et des parcellaires.

Métrologie
Analyse des mesures et de leur éventuelle répétition (ce qu’on nomme périodicité) dans une trame quelconque. La métrologie est l’un des volets de l’analyse de morphologie agraire (ou urbaine).

Parcellaire actif / fossile
On nomme parcellaire actif le parcellaire en usage au moment de la prise de vue. Il s’oppose au parcellaire fossile, fortuitement préservé ou réapparu grâce à des indices d’humidité ou de coloration de la végétation.

Planimétrie.
On donne à ce terme son sens premier en géographie : tout ce qui, à la surface de la terre, n’est ni l’orographie (relief), ni l’hydrographie (cours d’eau), c’est-à-dire l’habitat, les voies de communication, le parcellaire, les modelés agraires, les divers monuments. Lorsqu’on réalise une analyse de morphologie agraire on ne travaille pas exactement sur un “paysage” mais sur un ensemble de formes planimétriques.

Bibliographie

Andrew FLEMING, The Dartmoor reaves. Investigating prehistoric land divisions, ed. Windgather Press, 2008 (1ère édition en 1988), 224 p.


Ricardo GONZÁLEZ VILLAESCUSA, Las formas de los paisajes mediterráneos, Universidad de Jaén, 2002.
Site de l’archéogéographie : www.archeogeographie.org

Gérard Chouquer
Directeur de recherches au CNRS-INSHS
et professeur d’archéogéographie à l’Université de Coimbra
(juillet 2010)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Campanha 2010: testemunhos

Pelo 3ºano consecutivo integro a equipa de voluntariado das escavações do Outeiro do Circo. É já um marco de passagem nesta minha jornada de formação académica.
A cronologia e a dimensão do povoado foram determinantes na minha decisão de participar, revelando-se a escavação do sítio ainda mais determinante para a minha vontade de continuar.
A complexidade de compreensão da escavação exige grande empenho e dinamismo, proporcionando uma constante aprendizagem.
Não posso deixar de referir a equipa de escavação que para além de ser motivadora e agradável fomenta o conhecimento em arqueologia…e não só!!!
É de salientar também a simpatia da população de Mombeja, bem como a excelente gastronomia.
Espero por novas campanhas e novas descobertas.

Saudações arqueológicas.

Sofia Silva
Arqueóloga, licenciada pela Universidade de Coimbra (2010)

Sendo este o meu segundo ano de comparência nas campanhas do projecto do Outeiro do Circo, saliento que todo o ambiente envolvente é de certeza um chamativo à participação nesta investigação. Desde a complexidade e monumentalidade do sítio arqueológico em si, à agradável equipa de participantes, aliada à boa cozinha alentejana, o incentivo à minha participação e continuidade neste projecto cresceu e cresce de ano para ano.
Aguardo com expectativa o desenrolar do processo de investigação e como tal a minha continuada cooperação.
Beijinhos e abraços
Felicidade e alegria
Haja vinho e chaves de casa
Diana Fernandes
Arqueóloga, licenciada pela Universidade de Coimbra (2010)



Antes de mais, gostaríamos de agradecer, aos arqueólogos Miguel Serra e Eduardo Porfírio por nos terem aceite para trabalharmos no seu projecto. Foi de facto extremamente importante para nós, pois permitiu-nos, pela primeira vez, entrar em contacto com o trabalho de campo arqueológico e poder assim perceber melhor toda a teoria relacionada com o Bronze Final e métodos de escavação leccionada ao longo do ano lectivo e assim aplicá-los. Apesar da Universidade nos dar uma bagagem essencial, existem coisas que só com a prática é que vamos aprendendo! Portanto, aconselhamos vivamente a todos os alunos do curso de arqueologia, a procurar escavar nas suas férias, pois para além da aprendizagem, uma escavação permite-nos conhecer novos sítios, novas pessoas, criando-se laços de união.
Exemplo do que mencionamos anteriormente, foi a formação que nos foi dada pelas nossas colegas Diana e Sofia, de topografia, ou as noções de desenho de campocom o arqueólogo Miguel, ou mesmo até de como procedermos numa escavação, com a ajuda de todos os elementos que integraram a 2ºcampanha.
Apesar das dificuldades iniciais, que sucedem a qualquer pessoa que se aventure pelo mundo arqueológico, o Alentejo, com as suas temperaturas elevadas, um solo duro, adicionando o chamado "vento das cinco", o abrir de pulsos e ainda a questão que se faz inevitavelmente nos primeiros dias agrestes "Será que é isto que quero para a minha vida?", a experiência no Outeiro do Circo valeu a pena, sendo de realçar a hospitalidade da população de Mombeja, e ainda mais importante o receber bem do grupo de arqueólogos."

Ana Tavares e Vera Leal
Estudantes do 1ª ano de Arqueologia na Universidade de Coimbra


Participar na campanha de 2010 do Outeiro do Circo foi deveras interessante. Todos estes dias passados em Mombeja, na companhia de todos os envolvidos foi bastante gratificante, em especial trabalhar com pessoas tão perseverantes e dedicadas como o Miguel e o Eduardo. Sinto que aprendi muito com eles e com todos os companheiros de campanha. Um muito obrigado a todos.
Posso dizer que chegando ao fim deste período de campanha, desta experiência, me será difícil desligar deste grande projecto, não só pelo que descrevi acima, mas também por se tratar de um período e de sociedades que me despertam bastante curiosidade.
Outro dos aspectos agradáveis foi o dia-a-dia em Mombeja e o convívio com os seus habitantes. Em especial pelas senhoras da Associação de Solidariedade Mombejense, que nos tratavam sempre tão bem com os seus preparados culinários.
Acabo assim este pequeno comentário dizendo que será sempre um prazer voltar ao Outeiro do Circo, mesmo que faça ainda mais calor e a terra fique ainda mais dura.
Mais uma vez obrigado a todos os envolvidos neste fantástico projecto.


Luís Costa
Estudante do 1ª ano de Arqueologia na Universidade de Coimbra