quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Campanha 2010: testemunhos

Pelo 3ºano consecutivo integro a equipa de voluntariado das escavações do Outeiro do Circo. É já um marco de passagem nesta minha jornada de formação académica.
A cronologia e a dimensão do povoado foram determinantes na minha decisão de participar, revelando-se a escavação do sítio ainda mais determinante para a minha vontade de continuar.
A complexidade de compreensão da escavação exige grande empenho e dinamismo, proporcionando uma constante aprendizagem.
Não posso deixar de referir a equipa de escavação que para além de ser motivadora e agradável fomenta o conhecimento em arqueologia…e não só!!!
É de salientar também a simpatia da população de Mombeja, bem como a excelente gastronomia.
Espero por novas campanhas e novas descobertas.

Saudações arqueológicas.

Sofia Silva
Arqueóloga, licenciada pela Universidade de Coimbra (2010)

Sendo este o meu segundo ano de comparência nas campanhas do projecto do Outeiro do Circo, saliento que todo o ambiente envolvente é de certeza um chamativo à participação nesta investigação. Desde a complexidade e monumentalidade do sítio arqueológico em si, à agradável equipa de participantes, aliada à boa cozinha alentejana, o incentivo à minha participação e continuidade neste projecto cresceu e cresce de ano para ano.
Aguardo com expectativa o desenrolar do processo de investigação e como tal a minha continuada cooperação.
Beijinhos e abraços
Felicidade e alegria
Haja vinho e chaves de casa
Diana Fernandes
Arqueóloga, licenciada pela Universidade de Coimbra (2010)



Antes de mais, gostaríamos de agradecer, aos arqueólogos Miguel Serra e Eduardo Porfírio por nos terem aceite para trabalharmos no seu projecto. Foi de facto extremamente importante para nós, pois permitiu-nos, pela primeira vez, entrar em contacto com o trabalho de campo arqueológico e poder assim perceber melhor toda a teoria relacionada com o Bronze Final e métodos de escavação leccionada ao longo do ano lectivo e assim aplicá-los. Apesar da Universidade nos dar uma bagagem essencial, existem coisas que só com a prática é que vamos aprendendo! Portanto, aconselhamos vivamente a todos os alunos do curso de arqueologia, a procurar escavar nas suas férias, pois para além da aprendizagem, uma escavação permite-nos conhecer novos sítios, novas pessoas, criando-se laços de união.
Exemplo do que mencionamos anteriormente, foi a formação que nos foi dada pelas nossas colegas Diana e Sofia, de topografia, ou as noções de desenho de campocom o arqueólogo Miguel, ou mesmo até de como procedermos numa escavação, com a ajuda de todos os elementos que integraram a 2ºcampanha.
Apesar das dificuldades iniciais, que sucedem a qualquer pessoa que se aventure pelo mundo arqueológico, o Alentejo, com as suas temperaturas elevadas, um solo duro, adicionando o chamado "vento das cinco", o abrir de pulsos e ainda a questão que se faz inevitavelmente nos primeiros dias agrestes "Será que é isto que quero para a minha vida?", a experiência no Outeiro do Circo valeu a pena, sendo de realçar a hospitalidade da população de Mombeja, e ainda mais importante o receber bem do grupo de arqueólogos."

Ana Tavares e Vera Leal
Estudantes do 1ª ano de Arqueologia na Universidade de Coimbra


Participar na campanha de 2010 do Outeiro do Circo foi deveras interessante. Todos estes dias passados em Mombeja, na companhia de todos os envolvidos foi bastante gratificante, em especial trabalhar com pessoas tão perseverantes e dedicadas como o Miguel e o Eduardo. Sinto que aprendi muito com eles e com todos os companheiros de campanha. Um muito obrigado a todos.
Posso dizer que chegando ao fim deste período de campanha, desta experiência, me será difícil desligar deste grande projecto, não só pelo que descrevi acima, mas também por se tratar de um período e de sociedades que me despertam bastante curiosidade.
Outro dos aspectos agradáveis foi o dia-a-dia em Mombeja e o convívio com os seus habitantes. Em especial pelas senhoras da Associação de Solidariedade Mombejense, que nos tratavam sempre tão bem com os seus preparados culinários.
Acabo assim este pequeno comentário dizendo que será sempre um prazer voltar ao Outeiro do Circo, mesmo que faça ainda mais calor e a terra fique ainda mais dura.
Mais uma vez obrigado a todos os envolvidos neste fantástico projecto.


Luís Costa
Estudante do 1ª ano de Arqueologia na Universidade de Coimbra



1 comentário:

Késisábadópêchi? disse...

É bonito ham?
Que juventude empenhada.
Pelo que leio, são todos “bolonheses”.
A ver se a terra não vai endurecendo, ano após ano, senão quando terminarem a vossa licenciatura (ou será um técnico-profissional?) e o respectivo mestrado (exigido para poderem dirigir uma escavação), escavarão de martelo e escopo.
Ainda nunca aí estive mas o Alentejo corre-me nas veias e sai-me (principalmente no verão) pelos poros.
Esta espécie de caderno de campo on-line, possibilita que me sinta um pouco entre vós, e só Deus sabe o quanto gostaria de aí estar.
Toda esta melancolia dá-me vontade de fazer uma quadra, aqui vai:

Ó grande Alentejo doirado,
Com tuas terras sem fundo,
Guardas um glorioso passado
Que os arqueólogos desenterram pró mundo.