segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Balanço 2012

Poderá parecer um paradoxo fazer um balanço do Projeto Outeiro do Circo em 2012 tendo em consideração a suspensão dos trabalhos por falta de apoios.
No entanto, aquilo que deveria ter sido uma forte condicionante pela negativa, conduziu a um esforço maior para a concretização de outras iniciativas ligadas à divulgação deste projeto, o que acabou por resultar num ano bastante preenchido com atividades diversificadas.
Começamos por destacar as diversas conferências, direcionadas quer a públicos especializados, quer de âmbito mais generalista, começando pela presença em Abril no Museu do Carmo (Lisboa) a convite da Associação dos Arqueólogos Portugueses. No mesmo mês teve lugar uma iniciativa muito especial para os responsáveis do projeto, com a realização de uma conferência na Junta de Freguesia de Mombeja seguida de uma visita guiada ao Outeiro do Circo, no âmbito da Semana Aberta de Mombeja, iniciativa a cargo da Câmara Municipal de Beja.
Em Maio foi a vez do Algarve com a realização de duas conferências em São Brás de Alportel e Lagoa para os membros da Associação Arqueológica do Algarve.
Durante o mês de Outubro o Projeto Outeiro do Circo participou no VI Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular que teve lugar em Villafranca de Los Barros (Espanha) com uma comunicação da responsabilidade de Ana Osório, Sofia Silva e Diana Fernandes, colaboradoras do projeto desde o seu início.
Em Novembro e Dezembro o destaque vai para as apresentações em meio académico, primeiro no Instituto de Arqueologia da Universidade de Coimbra com uma sessão sobre Paisagens Fortificadas integrada no Mestrado em Arqueologia e Território e mais recentemente numa conferência na Faculdade de Letras da Universidade do Porto organizada pelo Núcleo de Arqueologia desta instituição.
Uma das iniciativas de maior sucesso prendeu-se com a organização de uma exposição sobre os resultados do projeto que foi inaugurada a 28 de Setembro no âmbito das Jornadas Europeias de Património e que pode ser visitada no Núcleo Museológico da Rua do Sembrano (Beja). A inauguração foi precedida de uma concorrida conferência sobre o Bronze Final na região de Beja, apresentada pela Professora Raquel Vilaça que ocorreu no Museu Jorge Vieira.
No dia 10 de Novembro realizou-se em Mombeja um curso sobre o tema da Poliorcética do Bronze Final no Sudoeste Peninsular, que contemplou ainda uma visita guiada ao sítio e ao Núcleo Museológico da Rua do Sembrano.
No campo das visitas organizadas há que referir a vinda do Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia em Julho, que para além do Outeiro do Circo integrou um percurso variado em Mombeja e Beja.
Entre outras atividades em que os responsáveis do projeto participaram, deve-se destacar a reunião ocorrida a 24 de Outubro em Mombeja com os vereadores da CDU na Câmara Municipal de Beja e o executivo da Junta de Freguesia de Mombeja para discussão do planeamento futuro e apoios necessários para a retoma do projeto.
Em relação às ações de caráter científico mencionamos duas que ainda trarão mais desenvolvimentos no decorrer de 2013. Referimo-nos à vertente de arqueologia experimental sobre modelação e cozedura de cerâmica e à realização das flutuações cujos resultados serão estudados por David Duque Espino da Universidade da Extremadura, a quem desde já expressamos o nosso agradecimento por esta colaboração.
No ano de 2012 foram publicados dois trabalhos sobre o Outeiro do Circo que haviam sido apresentados em 2010 no V Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular realizado em Almodôvar, ambos da autoria de Miguel Serra e Eduardo Porfírio, mas abordando temas muito distintos, um com o título Bronze Final nos “Barros de Beja”. Novas perspectivas de investigação e o outro, vocacionado para a Educação Patrimonial, intitulado Um projecto de arqueologia “social” em Mombeja (Beja).
Foi entregue outro artigo sobre os resultados das campanhas de 2008 e 2009 que ainda se encontra a aguardar publicação na revista VIPASCA.
No ano que agora finda foram também elaboradas diversas candidaturas a financiamentos e apoios no âmbito de concursos específicos, sem a obtenção das desejadas aprovações, mas não retirando a perseverança de continuar em 2013 com a mesma dinâmica.
Foram também apresentadas algumas propostas de atividades, a realizar em 2013, que ainda se encontram à espera de resposta.
Quanto à continuação dos trabalhos de campo no Outeiro do Circo no âmbito de um novo projeto a iniciar em 2013, lamentamos informar que ainda não foi possível obter qualquer resposta satisfatória junto da Câmara Municipal de Beja, principal parceira neste projeto.
Assim, adivinha-se um ano de 2013 difícil para o Projeto Outeiro do Circo, mas no qual já estão a ser agendadas algumas iniciativas que tentaremos levar a bom porto, mesmo com os escassos apoios atualmente disponíveis.
Expressamos a nossa intenção de em breve anunciar a realização do II Curso de Poliorcética do Bronze Final e eventualmente da possibilidade de organizar outras iniciativas sobre temáticas do Bronze do Sudoeste.
No campo científico pretendemos manter uma certa regularidade de publicações de resultados, com destaque para as diversas colaborações que permitiram aprofundar estudos específicos, desde a fauna, à arqueometalurgia, passando pela cerâmica.
No que concerne à divulgação, iremos tentar promover a organização de visitas guiadas para grupos, que incluirão um programa variado onde o Outeiro do Circo e a aldeia de Mombeja cumprirão o papel principal dos itinerários a propor.
Feito o balanço, resta-nos desejar a todos um FELIZ ANO NOVO…

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Conferência sobre o Projeto Outeiro do Circo no Porto - Balanço


Realizou-se no passado dia 7 de Dezembro uma conferência na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, dedicada ao Bronze Final na região de Beja.
A organização foi da responsabilidade do NAUP e contou com a participação de estudantes de arqueologia desta faculdade.
Tendo como ponto de partida os resultados do projeto de investigação centrado no povoado fortificado do Outeiro do Circo, procurou-se a caraterização do Bronze Final na região de Beja, integrando também as novidades surgidas nos últimos anos, sobretudo através do contributo da arqueologia comercial.
Considerando que o público era maioritariamente composto por estudantes, evitou-se centrar a sessão exclusivamente na descrição e interpretação dos dados arqueológicos, tentando outros caminhos que abordassem a história do próprio projeto, desde o enquadramento histórico - arqueológico de uma região de estudo (região Oeste dos Barros Negros de Beja), o conceito subjacente à criação do projeto de investigação e a sua estruturação, os trabalhos efetuados e principais resultados, a colaboração com outras equipas atuantes na região para um mais completo conhecimento do território e por fim a importância deste projeto para o desenvolvimento local através da apresentação das atividades relacionadas com o público em geral e com as comunidades locais.
Resta-nos agradecer o amável convite do NAUP e esperamos poder regressar noutra ocasião para mostrar a evolução deste projeto.