sábado, 26 de outubro de 2019

II Colóquio de Arqueologia e História do Concelho de Penamacor. 40 anos depois.


O Projeto Outeiro do Circo vai marcar presença no II Colóquio de Arqueologia e História do Concelho de Penamacor, a convite da autarquia, onde será apresentada uma comunicação, a cargo de Miguel Serra, centrada nas relações culturais entre a Beira Interior e o Baixo Alentejo durante a Idade do Bronze.

Título
O ancoriforme: um indecifrável símbolo de união de lugares distantes.
Relações entre a Beira Interior e o Baixo Alentejo durante a Idade do Bronze Pleno. 

Resumo
Durante o Bronze do Sudoeste (2000-1200 a.C.) emerge, nos territórios do Sul, um povoamento discreto e disperso, com escassas evidências de locais de habitat por oposição a um maior investimento arquitetónico na construção de necrópoles de cistas, com morfologias variadas. Os inúmeros trabalhos arqueológicos nos últimos 15 anos, sobretudo no Baixo Alentejo, têm permito vislumbrar uma realidade mais complexa com o aparecimento de centenas de povoados de fossas e novas arquiteturas funerárias como os hipogeus.
Mas é sobretudo em associação, direta ou indireta, com as necrópoles de cistas que se manifestam as designadas estelas de tipo Alentejano, onde assume clara evidência o elemento que nos permite tecer algumas considerações sobre as ligações entre este território meridional e a região da Beira Interior, o Ancoriforme. Trata-se do principal elemento integrante da iconografia das estelas do Bronze do Sudoeste, juntamente com espadas, alabardas, machados, entre outros, mas para o qual ainda não se encontrou o correspondente paralelo arqueológico.
O seu aparecimento num território tão afastado do centro da sua expressão (Baixo Alentejo e Algarve), como identificado na estátua-menir de Corgas (Donas, Fundão), leva-nos à discussão sobre o tipo de relações culturais entre estes territórios distantes e às razões que levaram as comunidades de meados da Idade do Bronze a percorreram tão longos percursos.


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