terça-feira, 7 de outubro de 2014

VIII Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular

 
O Projeto Outeiro do Circo estará presente no VIII Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular a realizar em Serpa e Aroche nos próximos dias 24, 25 e 26 de Outubro com o seguinte poster:
Vestígios Calcolíticos do povoado do Outeiro do Circo (Beja)
Autores:
Miguel Serra (Arqueólogo. Projeto Outeiro do Circo. Palimpsesto, Lda. Mail: miguelserra@palimpsesto.pt)
Eduardo Porfírio (Arqueólogo. Projeto Outeiro do Circo. Palimpsesto, Lda. Mail: eduardoporfirio@palimpsesto.pt)
Sofia Silva (Arqueóloga. Projeto Outeiro do Circo. Mail: sofiaeiras22@gmail.com)
Sofia Soares (Geóloga. Projeto Outeiro do Circo. Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Beja. Mail: sofia.soares@ipbeja.pt)
Helena Reis (Arqueóloga. Mail: hreis@campus.ul.pt)
 
Resumo
O povoado do Outeiro do Circo foi desde sempre relacionado com uma ocupação centrada no Bronze Final, que recentemente se viu comprovada por datações radiométricas associadas à construção do vasto sistema defensivo que o rodeia. Para além desta fase alguns autores procuraram ver aí possibilidades de ocupação posteriores, nomeadamente da I Idade do Ferro, que ainda não foi atestada no sítio, quer devido à invulgar dimensão que este povoado ostenta dentro do quadro regional da Idade do Bronze, quer pelos vários sítios, sobretudo necrópoles, da Idade do Ferro escavados nos últimos anos que se localizam nas suas imediações.
No entanto sobre a hipótese de uma ocupação mais recuada nunca surgiram referências claras, o que se justifica por uma escassez de dados com ela relacionada.
As escavações arqueológicas empreendidas entre 2008 e 2013 no âmbito do projeto de investigação “A transição Bronze Final / I Idade do Ferro no Sul de Portugal: o caso do Outeiro do Circo” documentaram uma complexa muralha atribuída ao Bronze Final e diversos níveis arqueológicos relacionados com a sua construção que demonstram uma profunda alteração da zona de encosta que dificilmente permitiria perceber a existência de eventuais ocupações anteriores.
No entanto, o estudo dos materiais exumados revelou a presença de diversos elementos que nos permitem colocar a hipótese de ter existido uma ocupação do período calcolítico que ainda necessita de ser devidamente documentada em futuras intervenções a realizar noutros locais dentro deste povoado.
Os materiais que podem ser adscritos a esta fase anterior encontram-se dispersos por diversas unidades estratigráficas da sondagem 1, o que comprova o forte revolvimento sofrido na encosta onde se viria a implantar a muralha.
Estes artefactos, agora apresentados, são numericamente residuais quando observados à luz das mais de 11000 recolhas inventariadas, mas possibilitam, em alguns casos, uma clara integração num qualquer momento dentro do calcolítico.
São compostos por algumas peças cerâmicas, nomeadamente uma colher, um fragmento de queijeira, um pequeno bordo decorado com decoração incisa e puncionada ou um recipiente carenado de perfil troncocónico, mas também por escassos elementos de uma indústria lítica que se destaca das produções mais frequentes no Bronze Final, como atestado pela presença de fragmentos de lâminas e lamelas ou outros elementos como um possível braçal de arqueiro.
Existem ainda outros elementos presentes que se tornam difíceis de inserir claramente num período cronológico concreto, mas que há luz destes dados deverão ser analisados de forma mais abrangente, como por exemplo um fragmento de conta de colar em variscite ou alguns artefactos macrolíticos com longa diacronia de utilização.
Para além da apresentação dos materiais referidos, pretende-se ainda lançar alguns cenários sobre a possível ocupação calcolítica do Outeiro do Circo devidamente integrada no quadro regional.

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