sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Novo artigo

Estará disponível em breve um novo artigo do Projecto Outeiro do Circo, intitulado "Sobre a presença de materiais calcolíticos no povoado do Outeiro do Circo (Beja)", da autoria de Miguel Serra, Eduardo Porfírio, Sofia Silva, Sofia Soares e Helena Reis, que foi apresentado no VIII Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular - Serpa/Aroche, 23, 25 e 26 de Outubro de 2014, e cujas Actas serão lançadas no próximo dia 28 de Setembro em Serpa.
Mais informações em breve.



Resumo
O povoado do Outeiro do Circo (Beja) foi desde sempre relacionado com uma ocupação do Bronze Final, recentemente comprovada por datações radiométricas associadas à construção do vasto sistema defensivo que o rodeia. Para além desta fase alguns autores procuraram ver aí possibilidades de ocupação posteriores, nomeadamente da I Idade do Ferro, que ainda não foram atestadas no sítio, apesar de recentemente terem sido descobertas algumas cerâmicas deste período em contextos revolvidos.
No entanto, sobre a hipótese de uma ocupação mais recuada nunca surgiram referências claras, o que se justificará por uma escassez de dados com ela relacionada.
As escavações arqueológicas empreendidas entre 2008 e 2013 no âmbito do projeto de investigação "A transição Bronze Final / I Idade do Ferro no Sul de Portugal: o caso do Outeiro do Circo" documentaram uma complexa muralha atribuída ao Bronze Final e diversos níveis arqueológicos relacionados com a sua construção que demonstram uma profunda alteração da zona de encosta que dificilmente permitiria perceber a existência de eventuais ocupações anteriores.
No entanto, o estudo dos materiais exumados revelou a presença de diversos elementos que nos permitem colocar a hipótese de ter existido uma ocupação do período Calcolítico que ainda necessita de ser devidamente documentada em futuras intervenções a realizar noutros locais no interior deste povoado.
Os materiais que podem ser adscritos a esta fase anterior encontram-se sobretudo em recolhas de superfície e dispersos por diversas unidades estratigráficas da sondagem 1, o que comprova o forte revolvimento sofrido na encosta onde se viria a implantar a muralha.
Integram este estudo algumas peças cerâmicas, nomeadamente uma colher, um fragmento de queijeira ou um recipiente carenado de perfil troncocónico, mas também alguns elementos de uma indústria lítica que se destaca das produções mais frequentes no Bronze Final, como um fragmento de lamela retocada, um raspador e outros elementos como um possível braçal de arqueiro ou uma conta de colar em variscite.
Para além da apresentação dos materiais referidos, pretende-se ainda lançar alguns cenários sobre a possível ocupação calcolítica do Outeiro do Circo devidamente integrada no contexto local.





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