domingo, 27 de junho de 2021

Citações (17)


A rubrica "Citações" chega ao fim, após 17 publicações referentes a diferentes menções bibliográficas relativas ao Outeiro do Circo.

Neste último texto apresentamos uma curta referência, retirada da obra, "Portugal antigo e moderno : Diccionario Geographico, Estatistico, Chorografico, Heraldico, Archeologico, Historico, Biographico e Etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias", da autoria de Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Pinho Leal, e editada em 12 volumes entre 1873 e 1890. 

A monumental obra possui inúmeras informações históricas, entre muitas outas, sobre povoações portuguesas, e nela podemos encontrar uma breve referência sobre o Outeiro do Circo na entrada referente à vila de Beringel que diz: "No seu termo, no Outeiro do Circo, ha um forte, arruinado" (volume 1, p. 389). 

Esta breve nota não nos diz muito sobre a sua descrição à época, nem sobre qualquer atribuição cronológica, sendo apenas destacado o seu caracter militar, mais uma vez revelador da visibilidade que as suas muralhas ainda teriam no século XIX, mesmo em estado de ruína. 

Como curiosidade referimos ainda que a entrada sobre Mombeja não menciona o Outeiro do Circo e o nome da aldeia surge como Bombeja, mas notando-se que é vulgarmente conhecida por Mombeja. 


Leal, A. (1873), Portugal antigo e moderno. Volume 1, Lisboa: Mattos Moreira. 


 

 

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Campanha arqueológica 2021 no Outeiro do Circo (Beja)


Os trabalhos arqueológicos no povoado da Idade do Bronze do Outeiro do Circo (Mombeja, Beja) irão decorrer entre 2 e 27 de Agosto, integrados na terceira campanha de investigação do PAOC - Projecto Arqueológico Outeiro do Circo (Beja) - PIPA 2019-2021

A campanha de 2021 incidirá no alargamento da área de escavação sobre a muralha e na conclusão dos trabalhos desenvolvidos desde 2019 no interior do povoado. 
Em 2019 e 2020 os trabalhos realizados permitiram a identificação da muralha e de uma outra estrutura interior, cuja relação com a muralha terá de ser apurada e de níveis com materiais arqueológicos relacionados com ocupações da Idade do Ferro.
A equipa científica é coordenada pelos arqueólogos Miguel Serra, Eduardo Porfírio e Sofia Silva e  contará com diversos voluntários e colaboradores. 

O Projecto Outeiro do Circo conta com o financiamento da Câmara Municipal de Beja e com o apoio da União de Freguesias de Santa Vitória e Mombeja e da empresa de arqueologia Palimpsesto. 

Campanha de 2021 - Outeiro do Circo (Beja):
Nome do projeto: PAOC-Projecto Arqueológico do Outeiro do Circo (Beja)
Datas: 2 a 27 de Agosto

Coordenação de projeto: Miguel Serra (CM Serpa/CEAACP) e Eduardo Porfírio (CM Sintra/CEAACP)
Direção científica: Miguel Serra, Eduardo Porfírio, Sofia Silva (Axis Mundi)
Consultoria científica: Raquel Vilaça (Univ. Coimbra/CEAACP), Sofia Soares (ESTIG-IPB)

Apoios: Câmara Municipal de Beja; União de Freguesias de Santa Vitória e Mombeja; Palimpsesto, Lda.

Contactos:
(Os interessados deverão enviar uma breve nota curricular e uma carta de motivação. Poderão inscrever-se numa das quinzenas, mas dá-se preferência por quem se inscreva para o mês todo)
Telefone: 916981548 (Miguel Serra), 965375244 (Eduardo Porfírio).

Informações gerais:
Local: União de Freguesias de Santa Vitória e Mombeja/ Junta de Freguesia de Beringel (distrito de Beja)
Período: Bronze Final
Tipo de Estação: Povoado fortificado

No final os participantes recebem um certificado de participação.  

Chegada: os participantes deverão chegar no Domingo anterior ao início da respectiva campanha em que estão inscritos. Deverão comunicar a hora de chegada (quer em transporte público quer em viatura própria), tentando se possível chegar antes das 20:30. Está  assegurado o transporte desde a Rodoviária e da Estação de Comboios até ao local de estadia, localizado na aldeia de Mombeja, situada a 18 Km de Beja. Quem chegar mais tarde em transporte público deverá avisar os responsáveis do projecto para assegurarmos o seu transporte até ao local de estadia. Quem vier em viatura própria deverá contactar os responsáveis do projecto.

Alojamento: Casas de habitação em Mombeja. Deverão levar saco cama.

Alimentação: em restaurante na aldeia de Mombeja (inclui pequeno almoço, lanche para levar para o campo, almoço e jantar). Está incluído o jantar no dia de chegada.

Transporte: as deslocações para o local de trabalho serão asseguradas por transporte cedido pela empresa Palimpsesto.

Conselhos: levar chapéu, cantil, luvas, protector solar, máscara. Serão disponibilizados frascos de álcool gel para levar para o campo e para as casas de habitação.

Horário de trabalho: 7:00 – 13:00 (no campo) e das 14:00 – 16:00 (tratamento de espólio e acções de formação)

sábado, 19 de junho de 2021

Agricultura e pecuária no Outeiro do Circo

(foto de Guilherme Cardoso)

O Projecto Outeiro do Circo esteve presente ontem, 18 de Junho, em Palmela, nas Jornadas Internacionais "Amanhar a Terra" - Arqueologia da Agricultura (do Neolítico até ao período medieval)", com uma comunicação integrada na sessão dedicada ao tema "Cultivar, colher, conservar - materialidades e tecnologias", e que consistiu numa apresentação sobre as evidências arqueológicas relativas a práticas agrícolas e pecuárias recolhidas no Outeiro do Circo.

A comunicação, intitulada "Campos, pastos e bosques. Comunidades agro-pastoris do Bronze Final no Outeiro do Circo (Mombeja, Beja, Portugal)", ficou a cargo de Miguel Serra e Nelson J. Almeida, contando ainda com Eduardo Porfírio, Sofia Silva e Sofia Soares como autores. 




 

terça-feira, 15 de junho de 2021

Novo artigo: "Guerreiros do Bronze": a Idade do Bronze nas planuras do Sado.

No passado dia 10 de Junho, foi lançada a publicação "Memórias da terra, das águas e dos povos", no âmbito da inauguração do Museu de Arqueologia de Alvalade, que se constitui como um catálogo do museu e muito mais.

A obra, coordenada por Manuela de Deus, Fernanda Vale e José Matias, e editada pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém, conta com uma série de trabalhos sobre o antigo concelho de Alvalade, incluindo sínteses sobre os vários períodos representados no museu e diversos casos de estudo. 

A colaboração do Projecto Outeiro do Circo envolveu a redacção de um artigo de síntese sobre a Idade do Bronze neste território, elaborado por Miguel Serra, que agora se disponibiliza online no perfil do Projecto na página academia.edu. 

Clique AQUI para aceder ao artigo.





quinta-feira, 10 de junho de 2021

Museu de Arqueologia de Alvalade

Foi inaugurado hoje, 10 de Junho de 2021, o Museu de Arqueologia de Alvalade (Santiago de Cacém), e que contou com a colaboração do Projecto Outeiro do Circo para a produção e apoio aos conteúdos museológicos da Idade do Bronze e para a elaboração de uma síntese sobre este período no antigo concelho de Alvalade que integra o catálogo do Museu.

Aqui deixamos o nosso agradecimento à Câmara Municipal de Santiago do Cacém pelo convite endereçado ao Projecto Outeiro do Circo e os parabéns a todos os envolvidos na criação deste magnifico museu.


Reportagem fotográfica completa em: https://www.facebook.com/OuteiroDoCirco

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Colaboração do Projecto Outeiro do Circo com o novo Museu de Arqueologia de Alvalade

No próximo dia 10 de Junho, pelas 11h00, é inaugurado o novo Museu de Arqueologia de Alvalade (Santiago do Cacém), instalado na antiga Igreja da Misericórdia, no centro histórico da vila de Alvalade. 

O Projecto Outeiro do Circo colaborou na produção de conteúdos para o museu, a convite da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, nomeadamente no módulo respeitante à Idade do Bronze.

Para além dos conteúdos museológicos, a colaboração do Projecto Outeiro do Circo também incluiu a elaboração de um estudo sobre a Idade do Bronze no território do antigo concelho de Alvalade, que integra o catálogo do museu, trabalho a cargo de Miguel Serra, coordenador do Projecto Outeiro do Circo. Refira-se ainda, que Eduardo Porfírio, co-responsável do Projecto Outeiro do Circo, foi o director científico dos trabalhos de revisão da Carta Arqueológica de Alvalade e Ermidas-Sado, acção incluída no processo de criação do museu. 

Por fim, salientamos que o elemento mais icónico da arqueologia de Alvalade, a estela da Idade do Bronze da Defesa, serviu de inspiração ao logotipo do novo museu. 

Estela da Defesa (ALMAGRO BASCH, M., 1966. Las estelas decoradas del suroeste peninsular, Biblioteca

Praehistorica Hiapana, 8, Madrid, p. 58)


Parabéns à Câmara Municipal de Santiago do Cacém e a todos os envolvidos no projeto do Museu de Arqueologia de Alvalade.


domingo, 6 de junho de 2021

Projecto Outeiro do Circo presente em Jornadas Internacionais sobre Arqueologia da Agricultura

O Projecto Outeiro do Circo irá marcar presença nas Jornadas Internacionais "Amanhar a terra - Arqueologia da Agricultura (do Neolítico ao Período Medieval)", que irão decorrer em Palmela entre os dias 17 e 19 de Junho. 

Esta iniciativa é organizada pela Câmara Municipal de Palmela, com o apoio do CIDEHUS - Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora, do Campo Arqueológico de Mértola / Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património e da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

As jornadas estão estruturadas em sete sessões temáticas: "Organizar e gerir o território agrícola"; "A água que a terra precisa: captação, distribuição e gestão"; "Cultivar, colher, conservar: materialidades e tecnologias"; "Transformar e consumir os produtos da terra"; " Domesticação das espécies vegetais e animais"; "Espaços de vida e morte das comunidades campesinas" e "Representações e simbolismo". 

A comunicação do Projecto Outeiro do Circo está inserida na sessão "Cultivar, colher, conservar: materialidades e tecnologias", com o título: Campos, pastos e bosques. Comunidades agro-pastoris do Bronze Final no Outeiro do Circo (Mombeja, Beja, Portugal), da autoria de Miguel Serra (Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património), Eduardo Porfírio (Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património), Nelson J. Almeida (UNIARQ - Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa), Sofia Silva (Axis Mundi - Heritage & Archaeology) e Sofia Soares (LNEG - Laboratório Nacional de Energia e Geologia). 

Programa e ficha de inscrição: AQUI 

Resumo da comunicação do Projecto Outeiro do Circo:

Na região onde se insere o povoado do Bronze Final do Outeiro do Circo (Beja), a agricultura e a pecuária sempre moldaram a paisagem e os ritmos da atividade humana. Do seu cimo, a meros 276 metros de altitude sobre a vasta planície circundante, assiste-se hoje a uma transformação agrícola de larga escala, com a monocultura intensiva de olival a ocupar toda a terra. Em simultâneo observa-se a regressão dos anteriormente vastos campos cerealíferos, a teimosa resistência de algumas manchas de montado, a escassez da floresta mediterrânica no cimo de algumas colinas e os ténues bosques ripários nas secas linhas de água que sulcam os terrenos de barro preto.

Há 3.000 anos atrás este território era a base de exploração de um regime agropecuário que permitiu a emergência e consolidação de uma comunidade capaz de construir as muralhas complexas de um dos mais vastos povoados conhecidos no Sudoeste Ibérico, durante a última etapa da Idade do Bronze, o Outeiro do Circo ou Cerro dos Muros.

As escavações arqueológicas empreendidas neste sítio desde 2008, a que se acrescem os trabalhos de prospeção realizados nos anos 70 e 80 do século passado, permitiram a recolha de um importante conjunto de evidências diretamente relacionadas com as práticas agrícolas, pecuárias e cinegéticas dos seus habitantes. O conjunto artefactual do Outeiro do Circo revela a existência de cerca de 3 dezenas de elementos de foice, obtidos a partir de materiais recolhidos em zonas não muito distantes, situação que o afasta de outros povoados fortificados coevos na região, onde estes elementos mostram uma rara presença, ao contrário dos povoados abertos de planície, onde surgem mais comummente. Este conjunto de utensilagem lítica é também revelador de uma manutenção da tradição do trabalho da pedra durante o Bronze Final, escassamente estudado na região, contrariando tendências de outras áreas geográficas, nas quais as foices metálicas fazem o seu aparecimento. No Outeiro do Circo regista-se também a recolha de algumas dezenas de fragmentos de dormentes e moventes, em rocha gabro-diorítica local, elemento mais comum noutros sítios coevos, quer de altura, quer de planície. O conjunto faunístico revela também a importância da ligação da comunidade à terra, com uma maioria de animais de criação, dos quais se destacam as ovelhas e as cabras, que terão provido carne, mas também recursos secundários como o leite e a lã. A cabana pecuária contava ainda com gado bovino e suíno, demonstrando a importância destas espécies para a economia de então. Para além da presença de equídeos e do cão, cabe destacar que as práticas cinegéticas seriam complementares, assentes na caça de veado e, eventualmente, javali, coelho-bravo e lebre, assim como outras espécies ainda ausentes do reportório faunístico. 





sábado, 5 de junho de 2021

Outeiro do Circo há 43 anos!

Há 43 anos, em Junho de 1977, era publicado o primeiro artigo científico sobre o Outeiro do Circo, por Rui Parreira, editado nas páginas da saudosa revista Arquivo de Beja.

Este trabalho permitiu a atribuição segura de uma cronologia do Bronze Final à ocupação humana do Outeiro do Circo, baseada, sobretudo, na presença de cerâmicas com decoração em "Ornatos Brunidos", devidamente enquadrada nas ocupações da Idade do Bronze da região.

Também foi dada à estampa a primeira planta do sítio e um vasto conjunto de materiais cerâmicos e líticos recolhidos à superfície, mas outras questões continuaram em aberto, como por exemplo a relação do Outeiro do Circo com as necrópoles do Bronze do Sudoeste (hoje não restam dúvidas que são de momentos anteriores) ou a presença de cerâmicas a torno no povoado, que poderiam indiciar outras fases mais recentes, nomeadamente da Idade do Ferro, e que os trabalhos em curso tem permitido documentar com mais segurança.

O artigo de Rui Parreira "O povoado da Idade do Bronze do Outeiro do Circo (Beringel/Beja), Arquivo de Beja, vols. 28-32, pp. 31-45, encontra-se acessível online na página da Biblioteca Municipal de Beja - José Saramago: AQUI

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Projecto Outeiro do Circo participa em curso de verão do Centro de Estudos Ibéricos


O Projecto Outeiro do Circo foi convidado a integrar o XXI Curso de Verão do Centro de Estudos Ibéricos, que se realizada entre 6 e 9 de Julho, sob o tema "Novas fronteiras, outros diálogos: cooperação e desenvolvimento". 


A participação do Projecto Outeiro do Circo ficará a cargo do seu coordenador, Miguel Serra, que apresentará a comunicação "Projeto Arqueológico Outeiro do Circo (Beja, Portugal): educação patrimonial e envolvimento comunitário". A apresentação está integrada no Painel 5, dedicado ao tema Património, patrimonialização, memória, com moderação de António Pedro Pita, da Universidade de Coimbra, e terá lugar no dia 8 de Julho a partir das 15h45.

O Curso de Verão consistirá em comunicações, painéis de debate e trabalhos de campo em torno dos seguintes temas: 1) Património, paisagens e desenvolvimento local; 2) Dinâmicas socioeconómicas em diferentes contextos territoriais; 3) Políticas públicas, cooperação e desenvolvimento.

O curso é coordenado por Rui Jacinto, da Universidade de Coimbra e Maria Isabel Martín Jiménez, da Universidade de Salamanca e é creditado por esta última entidade.

Mais informações sobre o Curso de Verão do CEI: AQUI

Aqui fica o resumo da comunicação do Projecto Outeiro do Circo:

O Projeto Outeiro do Circo desenvolve a sua investigação sobre a Idade do Bronze na região de Beja desde 2008, em simultâneo com um vasto programa de Educação Patrimonial, especialmente concebido para a utilização do património arqueológico enquanto motor de ações de educação não formal, de Arqueologia Pública, com a missão de sensibilizar novos públicos para a salvaguarda do património arqueológico e de Arqueologia Comunitária, pretendendo envolver as comunidades locais, não só para a sensibilização patrimonial, mas sobretudo para as tornar parte ativa do próprio processo de investigação de modo a criar uma maior relação identitária entre a comunidade atual e as comunidades do passado. Pretende-se com esta comunicação mostrar a relevância da participação das populações locais na investigação, gestão e valorização do património arqueológico local, como forma de integração da comunidade no processo de construção social do conhecimento científico sobre o sítio arqueológico em estudo.