Arquivo de imprensa 2020

Arquivo de imprensa 2020

Destaques na imprensa regional e nacional sobre o Projecto Outeiro do Circo 

Arqueologia dos Concelhos: Outeiro do Circo e AQUI

Arqueologia dos Concelhos: Idade do Bronze e AQUI

Barferência n`Os Infantes

Artigo 10 anos Projecto

Balanço Campanha 2020

Campanha 2020

Jornadas Europeias da Arqueologia 

Preparação campanha 2020

Campanha 2020

Reportagem Outeiro do Circo

Muralha da Idade do Bronze

"Arqueologia dos Concelhos" dedicado ao Outeiro do Circo já está disponível

O programa "Arqueologia dos Concelhos", da autoria de Miguel Serra, emitido na Rádio Voz da Planície a 28 de Dezembro, foi integralmente dedicado ao Outeiro do Circo.

Neste programa foram abordados diferentes aspectos relacionados com o Outeiro do Circo, desde as lendas que lhe estão associadas, as primeiras referências sobre o sítio, a evolução do Projecto Outeiro do Circo e os principais resultados dos trabalhos realizados, mas também a sua relação com as novidades da Idade do Bronze na região, a ligação entre a investigação arqueológica e as comunidades locais, até às dificuldades sentidas e aos desejos para o futuro próximo. 

Para ouvir aqui: https://www.vozdaplanicie.pt/programas/48?episode=5997

Programa "Arqueologia dos Concelhos" dedicado ao Outeiro do Circo

O último programa de "Arqueologia dos Concelhos" de 2020, emitido na Rádio Voz da Planície, é dedicado ao Outeiro do Circo e irá para o ar às 9h30 de dia 28 de Dezembro, com repetição às 16h30.

Neste programa poderão saber um pouco mais sobre o historial de investigação do Outeiro do Circo, sobre os principais resultados dos trabalhos arqueológicos aí realizados desde 2008 e as ações de divulgação ou de envolvimento comunitário.

O programa pode também ser seguido através do site da Rádio Voz da Planície: AQUI.

Cavaleiros no Outeiro do Circo!

As escavações arqueológicas no povoado do Outeiro do Circo têm documentado uma cada vez maior presença de vestígios da Idade do Ferro, um período durante o qual se supõe que o sítio já não estaria ocupado após o seu abandono no final da Idade do Bronze. 

Os materiais relacionados com a Idade do Ferro são escassos, maioritariamente cerâmicos, e surgem em níveis sobretudo revolvidos e sem qualquer associação a estruturas preservadas. 

Um dos artefactos que se podem relacionar com esta ténue ocupação da Idade do Ferro corresponde a uma peça metálica interpretada como uma espora pertencente a um cavaleiro. 

Trata-se de uma espora em forma de arco, com cerca de 5 cm, em liga de cobre ou bronze e com uma aplicação circular de ferro ao centro, no local onde estaria a pua. 

Apesar de raros, conhecem-se exemplares muito variados um pouco por toda a Península Ibérica, onde parecem ter surgido após o século IV a.C., mas são mais frequentemente associadas a momentos próximos da chegada dos romanos. 

Este exemplar poderá de alguma forma relacionar-se com momentos avançados da Idade do Ferro, ou já integrado na presença romana e o seu aparecimento no Outeiro do Circo permite pressupor mais uma vez a frequência do local devido ao enorme controlo visual que se usufrui do seu cimo e que seria facilmente alcançável por um cavaleiro com o objectivo de observar o território em volta. 

Nota: a proposta de identificação desta peça com uma espora deve-se a Rui Mataloto, aquando de visita ao Outeiro do Circo em 2016, a quem aproveitamos para agradecer. 

Espora da necrópole de Villanueva de Teba (Burgos, Espanha)

Publicações 2020

Com o aproximar do final do ano surgem os balanços de um 2020 atípico e que limitou muito as ações do Projecto Outeiro do Circo, nomeadamente as iniciativas de carácter presencial que não se puderam concretizar. 

No entanto, no que diz respeito ao campo das publicações, 2020 foi um ano muito positivo para o projecto, sendo mesmo aquele que regista o maior número de trabalhos publicados desde o seu início, com 6 artigos dados à estampa.

Os artigos publicados em 2020 são também o espelho da diversidade desde sempre assumida como um dos objectivos da equipa do Outeiro do Circo, e que incluem breves artigos de síntese, como os que foram publicados na revista Al Madan com os resumos das campanhas de 2017 e 2019 ou o balanço de 10 anos de investigação que saiu na revista Alkalathem, estudos específicos conduzidos por vários colaboradores, como os que foram efectuados sobre a coleção lítica ou faunística, publicados respectivamente em livro sobre a Mobilidade na Pré-história ou nas Actas do III Congresso da Associação dos Arqueólogos Portugueses, ou o sempre presente tema da Educação Patrimonial que gerou mais uma síntese sobre 10 anos de actividades e que integrou uma monografia sobre esta temática editada em Córdoba. 

Alguns dos artigos mencionados ainda não se encontram disponíveis online na página do Projecto Outeiro do Circo em academia.edu, mas ao longo dos primeiros meses de 2021 irão ficar acessíveis para qualquer interessado. 

Aqui fica a lista de publicações editadas em 2020, com uma nota final de agradecimento a todos os autores pelo seu emprenho e disponibilidade: Helena Reis, Sofia Soares, Sofia Silva, Rafael Ortiz, Nelson J. Almeida, Íris Dias e Cleia Detry. 

-         ALMEIDA, N., DIAS, I., DETRY, C., PORFÍRIO, E. e SERRA, M. (2020), As faunas do final da Idade do Bronze no Sul de Portugal: leituras desde o Outeiro do Circo (Beja). Arqueologia em Portugal. 2020 - Estado da Questão. Lisboa: Associação dos Arqueólogos Portugueses e CITCEM, pp. 1041-1054.

-          PORFÍRIO, E., SERRA, M. e SILVA, S. (2020), Projecto Arqueológico do Outeiro do Circo (Beja). Campanha de 2019. Al-Madan, II série, 23, pp. 151-157.

-           SERRA, M. e PORFÍRIO, E. (2020), Dez anos do "Projeto Outeiro do Circo" (2008-2018): um imenso povoado fortificado na planície. Alkalathem, 2, pp. 40-49.

-          SERRA, M., PORFÍRIO, E. e ORTIZ, R. (2020), Educacíon Patrimonial en el Proyecto Outeiro do Circo (Beja, Portugal): 10 años de actividad. In RUIZ OSUNA, A., MEDINA QUINTANA, S., e PÉREZ NARANJO (Coord.), Educación y divulgación del patrimonio arqueológico. La socialización del pasado como reto para el futuro. Colección Enseñar y Aprender. Córdoba: Comares Editorial, pp. 115-126.

-          PORFÍRIO, E., REIS, H., SOARES, S. e SERRA, M. (2020), Mobilidade e exploração de recursos líticos no Bronze Final dos Barros de Beja: estudo de caso no Outeiro do Circo (Beja, Portugal). In RAQUEL VILAÇA E RODRIGO SIMAS DEAGUIAR (coord.), (I)Mobilidades na Pré-história. Pessoas, recursos, objetos, sítios e territórios. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, pp. 183-221. 

-           PORFÍRIO, E. e SERRA, M. (2020), Projecto Arqueológico do Outeiro do Circo (Beja). Campanha de 2017, Al-Madan online, II série, 23, 1, pp. 64-69. 

Idade do Bronze em Beja na Rádio Voz da Planície

O programa "Arqueologia dos Concelhos", emitido na Rádio Voz da Planície, da autoria de Miguel Serra, coordenador do Projecto Outeiro do Circo, foi hoje dedicado à região de Beja durante a Idade do Bronze. 

Para conhecer um pouco mais sobre a história e as novidades arqueológicas desta época pode ouvir emissão AQUI.

Associação de Defesa do Património de Beja distingue o coordenador do Projecto Outeiro do Circo

A Associação de Defesa do Património de Beja (adpBeja) atribuiu o título de Sócio Honorário a diversas pessoas pelo seu papel em prol da defesa da Cultura e da Região de Beja.

Estas distinções surgem integradas na comemoração do 40º aniversário da associação e foram atribuídas no dia 11 de Dezembro durante o espetáculo comemorativo que teve lugar no Cine Teatro Pax Julia, em Beja. 

Entre os agraciados encontram-se nomes como António Zambujo, Bruno Ferreira, Jorge Serafim, Francisco Torrão, Paulo Monteiro, Susa Monteiro, João Cataluna, Vítor Silva, João Bernardino e Miguel Serra.

Atribuímos a distinção a Miguel Serra como um reconhecimento pelo papel de divulgação do Projecto Outeiro do Circo e da região de Mombeja, e consideramos que este título é extensível a todos os colaboradores do projecto e à população de Mombeja. 

Parabéns à Associação de Defesa do Património de Beja pelo 40º aniversário!

Dia Internacional do Voluntariado

Neste Dia Internacional do Voluntariado o Projecto Outeiro do Circo gostaria de homenagear todos aqueles que desde 2008 têm dado o seu contributo às diferentes actividades desenvolvidas. O seu número é vasto e a nossa memória propensa a deslizes, pelo que evitaremos a nomeação individual, que, para além do mais seria fastidiosa para quem nos lê. A todos aqueles que ao longo dos anos nos brindaram com a vossa companhia, dedicação e savoir faire, o nosso muito obrigado, pois vocês ocupam um lugar especial neste projecto. Cientes deste facto, e também como voluntários que fomos, somos e seremos, achamos imprescindível enriquecer a passagem pelo Outeiro do Circo e neste sentido a nossa aposta na realização de acções de formação, nas visitas guiadas ao património cultural local e regional, assim como o desafio constante lançado à apresentação de trabalhos, seja em modo de palestra mais formal, seja em tom mais informal nas já famosas e inolvidáveis barferências no Café Mouzinho em Mombeja. 

A ocupação do território 14

Pexem (Baleizão) - hipogeus do Bronze Pleno

O sítio de Pexem já havia revelado uma ocupação de época romana, mas trabalhos posteriores permitiram a deteção de cerca de 50 contextos pré-históricos, constituídos maioritariamente por fossas e por dois contextos funerários, um hipogeu e uma estrutura de planta subretangular. O hipogeu revela caraterísticas similares a outros recentemente dados à estampa, possuindo uma antecâmara escalonada que permite o acesso à câmara funerária onde se identificou um individuo que tinha como espólio funerário um punção em liga de cobre e uma taça. A outra estrutura funerária revelou o mesmo tipo de espólio (Baptista et al. 2013: 2558). Mais uma vez estamos na presença de um povoado aberto possuidor de área sepulcral, mas que aqui não mostra o aproveitamento de fossas de tipo silo para a realização de enterramentos, mas antes a construção de um hipogeu com propósito evidentemente fúnebre (Serra e Porfírio 2017: 217-218).

Localização do sítio de Pexem na CMP 511.

Pexem. Dádivas funerárias (taças e punções). (foto: Arqueologia e Património, Lda.) 

Bibliografia: 

BAPTISTA, L., GOMES, S., PINHEIRO, R., RODRIGUES, Z., VALE, N., GRILO, J., MENDONÇA, R., LUÍS, L., SARAIVA, A. e MOTA, R. (2013) – Ponto de situação dos trabalhos de minimização de impactes sobre o património cultural decorrentes da execução do Circuito Hidráulico de Pedrógão – Fase de Obra (1ª fase) (Vidigueira e Beja, Portugal). In JIMÉNEZ ÁVILA, J., BUSTAMONTE ÁLVAREZ, M. e GARCIA CABEZAS, M.. (eds), Actas del VI Encuentro de Arqueología del Suroeste Peninsular. Villafranca de los Barros, 2537-2571.

SERRA, M., e PORFÍRIO, E. (2017), Estratégias de povoamento entre o Bronze Pleno e Final na região de Beja. Scientia Antiquitatis, Vol. 1, N.º 1. Actas do III Congresso Internacional de Arqueologia de Transição - Estratégias de Povoamento: da Pré-história à Proto-história, pp. 209.232. 

Citações (11)

A rubrica "Citações" traz-nos hoje um trabalho do arqueólogo espanhol Victor Rodero Olivares, de 2005, dedicado aos povoados fortificados do Sudoeste Peninsular durante o período Orientalizante, no qual constam várias menções ao Outeiro do Circo.

Refira-se ainda que se trata de um trabalho anterior ao início das escavações arqueológicas no Outeiro do Circo.

Transcrições (p. 172)

"L. Berrocal-Rangel ha teorizado tanto en su tesis doctoral como en una reciente publicación sobre la possibilidad, a partir de indicios topográficos, de la existencia de estas «subestructuras» de carácter defensivo en los yacimientos aletejanos de Outeiro do Circo y Corôa do Frade..."

"De todos modos, la constatación de fosos solo en los yacimientos del Suroeste hace suponer que es un recurso poco utilizado en los complejos defensivos del Período Orientalizante en el Suroeste..."

O autor refere-se à hipótese colocada por Luís Berrocal-Rangel do Outeiro do Circo também possuir um reforço do sistema defensivo, constituído por um fosso envolvente à vasta linha de muralhas que rodeiam o povoado na totalidade. Os trabalhos arqueológico realizados entre 2008 e 2013 permitiram confirmar a existência deste fosso, mas não a sua efectiva funcionalidade em termos defensivos. 

Rodero Olivares, V. M. (2005), Poblados fortificados del Suroeste Peninsular en el Período Orientalizante. In Ruibal, A. (ed.), III Congreso de Castellologia Ibérica. Guadalajara, pp. 163-189.