As escavações arqueológicas no povoado do Outeiro do Circo têm documentado uma cada vez maior presença de vestígios da Idade do Ferro, um período durante o qual se supõe que o sítio já não estaria ocupado após o seu abandono no final da Idade do Bronze.
Os materiais relacionados com a Idade do Ferro são escassos, maioritariamente cerâmicos, e surgem em níveis sobretudo revolvidos e sem qualquer associação a estruturas preservadas.
Um dos artefactos que se podem relacionar com esta ténue ocupação da Idade do Ferro corresponde a uma peça metálica interpretada como uma espora pertencente a um cavaleiro.
Trata-se de uma espora em forma de arco, com cerca de 5 cm, em liga de cobre ou bronze e com uma aplicação circular de ferro ao centro, no local onde estaria a pua.
Apesar de raros, conhecem-se exemplares muito variados um pouco por toda a Península Ibérica, onde parecem ter surgido após o século IV a.C., mas são mais frequentemente associadas a momentos próximos da chegada dos romanos.
Este exemplar poderá de alguma forma relacionar-se com momentos avançados da Idade do Ferro, ou já integrado na presença romana e o seu aparecimento no Outeiro do Circo permite pressupor mais uma vez a frequência do local devido ao enorme controlo visual que se usufrui do seu cimo e que seria facilmente alcançável por um cavaleiro com o objectivo de observar o território em volta.
Nota: a proposta de identificação desta peça com uma espora deve-se a Rui Mataloto, aquando de visita ao Outeiro do Circo em 2016, a quem aproveitamos para agradecer.
Espora da necrópole de Villanueva de Teba (Burgos, Espanha)
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