Educação Patrimonial

Paralelamente à vertente científica, o Projeto Outeiro do Circo privilegiou, desde o início, o contato com a sociedade e a comunidade local como forma de dar a conhecer não só o conhecimento científico produzido, mas também como meio de chamar a atenção para a importância da preservação do património arqueológico.

Pretendia-se, ainda, difundir a imagem da arqueologia enquanto ciência, e do arqueólogo enquanto cientista que procura no terreno e no laboratório, através de meios diversos (dos quais a escavação é apenas um dos mais visíveis), "respostas" para problemas de investigação concretos. Processo este, que, dado o carácter da ciência actual, é um trabalho colectivo e que não conduz a respostas definitivas, mas sim a interpretações que necessitam de validações constantes.


Foram várias as estratégias e os meios utilizados, desde as conferências e palestras destinadas aos públicos mais diversos, passando por uma presença importante quer nos meios de comunicação local, regional e nacional, quer na internet, ou ainda através da realização de exposições e de uma vasta gama de outras actividades que têm sido divulgadas neste blogue.


Um outro objectivo contemplava o envolvimento das populações locais com o projeto, seja através da sua participação voluntária nas escavações, em visitas guiadas ao povoado e aos trabalhos arqueológicos, ou com a realização de actividades de arqueologia experimental.


Ao envolver a população pretendia-se também  valorizar cientificamente a experiência acumulada de caçadores, pastores e agricultores que ao longo de gerações têm percorrido quase diariamente os terrenos circundantes do Outeiro do Circo. Deste modo, a realização de inquéritos têm contribuído para esclarecer algumas questões do projeto de investigação, como por exemplo a localização de pontos de água ou de barreiros.


Inicialmente, utilizaram-se alguns conceitos da designada Arqueologia da Paisagem, como forma de valorizar a implantação topográfica do Outeiro do Circo, e os vestigíos arqueológicos existentes que se encontram dissimulados no terreno e na vegetação (taludes das muralhas), e ainda, como meio de obviar a inexistência de grandes áreas com estruturas arqueológicas escavadas e preparadas para visitas. Numa segunda fase o ênfase foi colocado nos materiais, recorrendo à Arqueologia Experimental como força motora para as actividades realizadas. 

Apesar de tudo, nunca é de mais referir que todo o trabalho desenvolvido nesta componente do projeto radica na vertente científica, é o processo de investigação que fornece fundamento e suporte às atividades de divulgação.
 


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