A rubrica "Citações" regressa com excertos de um texto de Rui Parreira publicado nas actas do encontro "Existe uma Idade do Bronze Atlântico?", realizado em Outubro de 1995 no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e que seria editado no número 10 dos Trabalhos de Arqueologia, em 1998.
O artigo de Rui Parreira, intitulado "As arquitecturas como factor de construção da paisagem na Idade do Bronze do Alentejo interior", menciona diversas vezes o Outeiro do Circo no âmbito das estratégias de povoamento da região durante a Idade do Bronze.
Transcrição (p. 269)
"Barros pretos de Beja – Nos Barros pretos a ocidente de Beja os contextos são esclarecedores. Zona relativamente bem prospectada, com achados que correspondem a todas os períodos cronológicos da Idade do Bronze, efectuados com regularidade desde há muitos anos e que incluem necrópoles com espólios particularmente ricos, alguns povoados abertos e um povoado de altura de apreciáveis dimensões (Outeiro do Circo), a região apresenta áreas de elevada capacidade agrícola, possuindo acesso a zonas mineiras."
(p.270)
"No Bronze final, o grande povoado fortificado do Outeiro do Circo ocupa uma posição de charneira entre os dois agrupamentos de cemitérios/povoados abertos do Bronze médio: o da Ribeira do Roxo, a sul, e o da Ribeira da Figueira, a norte."
(p. 272)
"Desses lugares emanavam as normas que aglutinavam territórios mais ou menos vastos, permitindo controlar e organizar as actividades de subsistência, o pastoreio, a exploração do solo agrícola e dos recursos mineiros, e assegurar o funcionamento das redes de intercâmbio, através do controlo das rotas terrestres, por vezes formadas na base dos caminhos da transumância, eventualmente privilegiados para a implantação de estelas como a do Pomar/Ervidel II, localizada, significativamente, na principal rota de circulação entre os povoados «fortificados» de Outeiro do Circo e Mangancha e assumida como meio de comunicação mais do que como fronteira."
PARREIRA, R. (1998), As arquitecturas como factor de construção da paisagem na Idade do Bronze do Alentejo interior, In JORGE, S. (coord), Existe uma Idade do Bronze Atlântico?. Lisboa: Instituto Português de Arqueologia [Trabalhos de Arqueologia, 10], p. 267-273.
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