segunda-feira, 31 de maio de 2021

Puzzles para o Dia da Criança

E como amanhã é o Dia da Criança, aqui vos deixamos dois puzzles para os mais novos, com base em desenhos sobre as escavações arqueológicas no Outeiro do Circo elaborados pelos artistas de palmo e meio do ATL do Penedo Gordo (Beja) em 2016

Para jogar clique nas ligações:

Puzzle 1:

Puzzle 2



terça-feira, 18 de maio de 2021

A ocupação do território 18

Monte do Bolor 3 (União de Freguesias de Trigaches e São Brissos) - povoado aberto do Bronze Final

O Monte do Bolor 3, foi alvo de trabalhos arqueológicos no âmbito do Projeto Alqueva, que revelaram uma larga diacronia de ocupação entre o Calcolítico e o período romano. 

O sítio localiza-se perto da vila de Beringel, mas integrada na antiga freguesia de S. Brissos, ocupando um pequeno cabeço junto à Ribeira do Álamo, encontrando-se rodeado de terrenos de grande potencial agrícola.

Foi atestada uma fase de ocupação do Bronze Final materializada na existência de alguns valados e fossos (Borges et al. 2012: 116) que poderão corresponder a uma formas de delimitação do espaço do povoado ou a parcelários que estruturem o território de exploração (Serra e Porfírio 2017: 225).

Nos valados e fossos recolheram-se cerâmicas brunidas, taças carenadas e pegas mamilares, materiais característicos do Bronze Final, destacando-se a presença de cerâmicas pintadas de estilo Carambolo (Borges et al. 2012: 119).

Localização do sítio Monte do Bolor 3 na CMP 509
Materiais cerâmicos do Bronze Final (Borges et al. 2012: 129)

Bibliografia:

BORGES, S., SALVADOR MATEOS, R., PEREIRA, J, e SILVA, B. (2012) – Monte do Bolor 3 – S. Brissos, Beja: resultados preliminares. In DEUS, M. (coord.), Actas do V Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular. Almodôvar, p. 113-131.

SERRA, M., e PORFÍRIO, E. (2017), Estratégias de povoamento entre o Bronze Pleno e Final na região de Beja. Scientia Antiquitatis, Vol. 1, N.º 1. Actas do III Congresso Internacional de Arqueologia de Transição - Estratégias de Povoamento: da Pré-história à Proto-história, pp. 209.232. 


segunda-feira, 3 de maio de 2021

Citações (16)

A rubrica "Citações" regressa com excertos de um texto de Rui Parreira publicado nas actas do encontro "Existe uma Idade do Bronze Atlântico?", realizado em Outubro de 1995 no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e que seria editado no número 10 dos Trabalhos de Arqueologia, em 1998. 

O artigo de Rui Parreira, intitulado "As arquitecturas como factor de construção da paisagem na Idade do Bronze do Alentejo interior", menciona diversas vezes o Outeiro do Circo no âmbito das estratégias de povoamento da região durante a Idade do Bronze. 

Transcrição (p. 269)

"Barros pretos de Beja – Nos Barros pretos a ocidente de Beja os contextos são esclarecedores. Zona relativamente bem prospectada, com achados que correspondem a todas os períodos cronológicos da Idade do Bronze, efectuados com regularidade desde há muitos anos e que incluem necrópoles com espólios particularmente ricos, alguns povoados abertos e um povoado de altura de apreciáveis dimensões (Outeiro do Circo), a região apresenta áreas de elevada capacidade agrícola, possuindo acesso a zonas mineiras."

(p.270)

"No Bronze final, o grande povoado fortificado do Outeiro do Circo ocupa uma posição de charneira entre os dois agrupamentos de cemitérios/povoados abertos do Bronze médio: o da Ribeira do Roxo, a sul, e o da Ribeira da Figueira, a norte."

(p. 272)

"Desses lugares emanavam as normas que aglutinavam territórios mais ou menos vastos, permitindo controlar e organizar as actividades de subsistência, o pastoreio, a exploração do solo agrícola e dos recursos mineiros, e assegurar o funcionamento das redes de intercâmbio, através do controlo das rotas terrestres, por vezes formadas na base dos caminhos da transumância, eventualmente privilegiados para a implantação de estelas como a do Pomar/Ervidel II, localizada, significativamente, na principal rota de circulação entre os povoados «fortificados» de Outeiro do Circo e Mangancha e assumida como meio de comunicação mais do que como fronteira."

PARREIRA, R. (1998), As arquitecturas como factor de construção da paisagem na Idade do Bronze do Alentejo interior, In JORGE, S. (coord), Existe uma Idade do Bronze Atlântico?. Lisboa: Instituto Português de Arqueologia [Trabalhos de Arqueologia, 10], p. 267-273.