Retomamos a rubrica citações com uma menção ao Outeiro do Circo de um manual académico de referência nos anos de 1990, "Proto-História de Portugal", da autoria de Armando Coelho Ferreira da Silva e Mário Varela Gomes, editado pela Universidade Aberta.
Transcrição (p. 109)
"No Baixo Alentejo, a poente de Beja, em zona de férteis terrenos agrícolas e rica em minério de cobre (Mina da Juliana), onde abundam necrópoles da II Idade do Bronze, contendo espólios mais ricos e estelas decoradas, tal como da Idade do Bronze Final (Ervidel II), localiza-se extenso povoado no local denominado Outeiro do Circo.
Fortes muralhas protegiam pessoas, colheitas e gado, parecendo desprovidas de torres e bastiões, sendo possível que uma entrada, voltada a sudeste, fosse defendida por barbacã. As cerâmicas recolhidas são muito semelhantes às de Coroa do Frade. Note-se o aparecimento de bordos com impressões, detectados em estações dos estuários do Tejo e do Sado, tal como decorações formadas por linhas paralelas incisas ou pintadas."
Silva, A. F. C. e Gomes, M. V. (1994), Proto-História de Portugal, Lisboa: Universidade Aberta, p. 87
A referência à existência de uma possível barbacã a defender a entrada localizada na zona sudoeste (e não sudeste como erradamente referida) foi bem intuída pelos autores, uma vez que os trabalhos de fotointerpretação realizados no Outeiro do Circo vieram a confirmar a presença de dois bastiões semicirculares a protegerem a entrada.
Entrada Sudoeste e bastiões
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