Entrevista a Miguel Serra, coordenador do Projecto Outeiro do Circo, para o programa Cidade Viva, da responsabilidade da União de Freguesias de Beja.
Entrevista conduzida por Natasha Lemos.
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
terça-feira, 24 de outubro de 2017
Documentário sobre o Outeiro do Circo
Ao longo do mês de Agosto decorreram filmagens para um documentário sobre o Outeiro do Circo. Este projecto, abraçado pela realizadora colombiana Andrea Mendoza, decorreu em simultâneo com as escavações arqueológicas da campanha de 2017, mas foi adquirindo uma vida própria que o transformou em muito mais do que um documentário sobre arqueologia ou sobre o sítio que lhe serviu de inspiração.
O guião, discutido e trabalhado à distância nos meses prévios, foi ganhando novos contributos a cada nova realidade contactada e levou a equipa a procurar outros lugares onde filmar a estória que se pretende contar.
Esta será a estória de um vento, inicialmente anónimo, que todos os dias visita o Outeiro do Circo e varre as suas encostas, não ultrapassando a sua espinha dorsal para continuar o seu caminho pela vertente oposta, fenómeno registado pela oralidade sábia de gente antiga que baptizou de Olival de Corta Vento uns terrenos ali próximos já em plena planície.
Foi a busca deste vento, do seu percurso e da sua ancestralidade que conduziu o olhar e a câmara da Andrea levando-a a percorrer diversas paragens, desde a Serra da Arrábida, à Mina de São Domingos, passando pelas margens do Guadiana, para além de muitos espaços em Beja ou Mombeja e nos campos à sua volta.
De muito mais fala este documentário, que através da visão artística da Andrea mostra as mãos que trabalham o barro e o pão, as vozes que se elevam desde a planície, de como se contam histórias e muito mais que por agora não queremos revelar, deixando essa oportunidade para o momento da sua apresentação pública.
Queremos no entanto deixar aqui o profundo agradecimento a todos os que contribuíram para este imenso trabalho, quer como participantes activos quer como colaboradores na sombra, e cujos nomes serão anunciados na totalidade em momento mais oportuno.
Resta dizer que durante o tempo de estadia da autora criou-se a oportunidade de mostrar outros seus trabalhos graças à colaboração com a Câmara Municipal de Beja através do Centro UNESCO, local onde foram exibidos dois outros documentários, Alto Contrasto e Dandelion, que juntaram perto de 80 pessoas em duas noites quentes de Agosto.
Os trabalhos de pós-produção ainda nos irão consumir mais algum tempo mas esperamos divulgar em breve a data e o local da exibição do Xaroco, nome por fim dado ao vento que serve de título ao documentário.
Entrevista de Andrea Mendoza para o Diário do Alentejo
Andrea Mendoza, natural da Colômbia
Doutorou-se em Milão, em Design Industrial e Comunicação Multimédia, em 2008, onde apresentou uma dissertação sobre a criatividade primordial como elemento essencial da sustentabilidade. São diversificadas as áreas onde desenvolveu trabalhos: biologia marinha, fotografia, semiótica, psicanálise e ensino. Nesta última área, foi professora convidada na Universidade de Jiangjan, na China. Trabalhou como copywriter e editora na rádio e televisão. Visitou o mundo através de uma objetiva e neste momento está em Beja a filmar o seu mais recente documentário.
Visual raconteuse (contadora de histórias visuais), é assim que se define. A autora de documentários como “Berlim Ocupado”, de 2013, e de “AltoCostrasto”, filmado em 2015, no Nepal, e apresentado em Beja na passada semana, está a preparar um novo trabalho em Portugal. Mais precisamente sobre o Outeiro do Circo. Com formação na área do Design e Comunicação Multimédia, correspondente de diversas revistas de arte, tem vindo a trabalhar em locais tão distintos como Israel, Índia, Turquia, África do Sul ou Japão. Neste momento está em Beja a preparar “Xaroco”. A tradição oral e a arqueologia ligadas, sob um só fio condutor.
Está em Beja, a filmar um novo trabalho, em colaboração com o projeto Outeiro do Circo. Concretamente, o que se pretende com este novo documentário?
A intenção é ter uma proximidade com as características da arqueologia dos nossos dias e promover uma discussão à volta do seu instrumental, numa área meramente científica, mas também no seu âmbito social, valorizando o seu contexto geográfico e cultural, não desde o seu passado longínquo, mas salientando a sua validade atual e futura.
Como surgiu a ideia de vir a Portugal, em especial a Beja, para realizar mais um trabalho?
No ano passado vim visitar um grande amigo, Rui Gaibino, que, durante a rodagem do meu último documentário, “Dandelion”, me apresentou Florival Baioa, uma pessoa que passou a ser central neste filme. “Dandelion” é uma aproximação à “beleza” e fala de algum modo de arqueologia, de fragmentos de vida, de reconstrução. Assim, este ano, através destas pessoas, pude contatar Miguel Serra [arqueólogo responsável pelas escavações] e atraiu-me muito a paixão, a “beleza” e as vitórias que tem alcançado com o seu projeto Outeiro do Circo, sobre o qual decidimos rodar este documentário, chamado “Xaroco”. A minha primeira visita ao Alentejo foi em 2007.
Durante esta estadia sabemos que está a colaborar com entidades locais, nomeadamente com o grupo Cantadores do Desassossego. Qual a importância do cante neste trabalho?
A tradição oral, a sua importância na transmissão de saberes e a sua pertinência para “falar” do futuro, ouvindo as vozes do passado. Nisto, digamos que “o vento” (por isso o nome “Xaroco”) é uma peça importante. Assim que estas vozes cantam, a música fala, como se os “muros” tivessem voz. Além da estupenda presença dos Cantadores do Desassossego, também contamos com a participação dos Tango Paris, saindo um pouco daquilo que é convencional nos documentários científicos.
Natacha Lemos
Entrevista de Andrea Mendoza para o Diário do Alentejo
Doutorou-se em Milão, em Design Industrial e Comunicação Multimédia, em 2008, onde apresentou uma dissertação sobre a criatividade primordial como elemento essencial da sustentabilidade. São diversificadas as áreas onde desenvolveu trabalhos: biologia marinha, fotografia, semiótica, psicanálise e ensino. Nesta última área, foi professora convidada na Universidade de Jiangjan, na China. Trabalhou como copywriter e editora na rádio e televisão. Visitou o mundo através de uma objetiva e neste momento está em Beja a filmar o seu mais recente documentário.
Visual raconteuse (contadora de histórias visuais), é assim que se define. A autora de documentários como “Berlim Ocupado”, de 2013, e de “AltoCostrasto”, filmado em 2015, no Nepal, e apresentado em Beja na passada semana, está a preparar um novo trabalho em Portugal. Mais precisamente sobre o Outeiro do Circo. Com formação na área do Design e Comunicação Multimédia, correspondente de diversas revistas de arte, tem vindo a trabalhar em locais tão distintos como Israel, Índia, Turquia, África do Sul ou Japão. Neste momento está em Beja a preparar “Xaroco”. A tradição oral e a arqueologia ligadas, sob um só fio condutor.
Está em Beja, a filmar um novo trabalho, em colaboração com o projeto Outeiro do Circo. Concretamente, o que se pretende com este novo documentário?
A intenção é ter uma proximidade com as características da arqueologia dos nossos dias e promover uma discussão à volta do seu instrumental, numa área meramente científica, mas também no seu âmbito social, valorizando o seu contexto geográfico e cultural, não desde o seu passado longínquo, mas salientando a sua validade atual e futura.
Como surgiu a ideia de vir a Portugal, em especial a Beja, para realizar mais um trabalho?
No ano passado vim visitar um grande amigo, Rui Gaibino, que, durante a rodagem do meu último documentário, “Dandelion”, me apresentou Florival Baioa, uma pessoa que passou a ser central neste filme. “Dandelion” é uma aproximação à “beleza” e fala de algum modo de arqueologia, de fragmentos de vida, de reconstrução. Assim, este ano, através destas pessoas, pude contatar Miguel Serra [arqueólogo responsável pelas escavações] e atraiu-me muito a paixão, a “beleza” e as vitórias que tem alcançado com o seu projeto Outeiro do Circo, sobre o qual decidimos rodar este documentário, chamado “Xaroco”. A minha primeira visita ao Alentejo foi em 2007.
Durante esta estadia sabemos que está a colaborar com entidades locais, nomeadamente com o grupo Cantadores do Desassossego. Qual a importância do cante neste trabalho?
A tradição oral, a sua importância na transmissão de saberes e a sua pertinência para “falar” do futuro, ouvindo as vozes do passado. Nisto, digamos que “o vento” (por isso o nome “Xaroco”) é uma peça importante. Assim que estas vozes cantam, a música fala, como se os “muros” tivessem voz. Além da estupenda presença dos Cantadores do Desassossego, também contamos com a participação dos Tango Paris, saindo um pouco daquilo que é convencional nos documentários científicos.
Natacha Lemos
domingo, 22 de outubro de 2017
Balanço do Ciclo de Conferências Outeiro do Circo 2017
O último ciclo de conferências do projecto de investigação do Outeiro do Circo, decorrido ao longo do passado mês de Agosto totalizou 92 participantes nas 3 conferências e no workshop inaugural.
Manteve-se o objectivo de trazer a Beja diversos investigadores na área da arqueologia que neste último ano abordaram temáticas relacionadas com os grandes povoados da Idade do Bronze do Sudoeste Peninsular.
Foi assim possível dar a conhecer o trabalho desenvolvido noutras regiões de modo a permitir um maior enquadramento das acções desenvolvidas no Outeiro do Circo.
Estas sessões também cumpriram a dupla função de proporcionar um programa de formação aos voluntários que participaram nas escavações do Outeiro do Circo e ao mesmo tempo serem uma mostra de conhecimento para a população em geral, sobretudo os mais interessados nestas temáticas.
A primeira sessão, que não estava integrada no ciclo de conferências propriamente dito, teve lugar no salão do Centro Lidador no dia 2 de Agosto e ficou a cargo de um dos colaboradores de longa data deste projecto, o arqueólogo Rafael Ortiz, que nos brindou com um desafio bastante diferente do habitual.
Os 14 participantes viram-se envolvidos numa sessão de "Brain Storming" em redor do tema da ocupação humana no estuário do Guadalquivir durante o II milénio a.C., com o intuito de gerar uma grande quantidade de ideias através da participação e pensamento criativo do grupo para se procurarem novas interpretações para o problema apresentado. Uma técnica de grande interesse certamente merecedora de ser aplicada ao caso de estudo do Outeiro do Circo num futuro próximo.
No dia 10 de Agosto foi a vez de Rui Mataloto, arqueólogo da Câmara Municipal do Redondo, que já havia estado presente em 2016 com um tema sobre a Idade do Ferro na região de Beja, nos trazer os resultados do seu trabalho sobre o povoamento da Idade do Bronze na Serra d`Ossa e o caso particular de Evoramonte, um dos maiores povoados deste período.
A sessão inaugurou o ciclo de conferências sobre os grandes povoados da Idade do Bronze e decorreu no Núcleo Museológico da Rua do Sembrano, tal como as restantes, contanto com 24 assistentes.
A 17 de Agosto, perante 37 interessados, recebemos o professor Ignacio Pavón Soldevilla, da Universidade da Extremadura (Cáceres, Espanha) com uma apresentação sobre o paradigmático sítio do Castillo de Alange, situado nas proximidades de Badajoz.
A terminar este ciclo, no dia 24 de Agosto, contou-se com a presença de um investigador intimamente ligado ao Projecto Outeiro do Circo, não só por ter participado em todos os ciclos de conferências de 2014 a 2017, mas sobretudo por estar ligado ao seu estudo inicial e ter-se envolvido directamente como colaborador activo desde 2008, falamos de António Monge Soares, nome incontornável no que se refere ao estudo do Bronze do Sudoeste. Esta última sessão que contou com 17 presenças, centrou-se num dos casos melhor conhecidos da Idade do Bronze regional, o povoado do Passo Alto, situado em Vila Verde de Ficalho.
Para finalizar resta dizer que consideramos que os principais objectivos da realização destes 4 ciclos de conferências foram totalmente atingidos, tendo sido possível proporcionar momentos de formação especializada aos participantes nas escavações arqueológicas e ao mesmo tempo criar novos públicos contribuindo para uma maior sensibilização para a salvaguarda do património arqueológico e para o seu entendimento como factor de desenvolvimento local. Mas um balanço total dos 4 ciclos realizados ficará para uma outra altura.
Mais uma vez queremos manifestar o nosso maior agradecimento à Câmara Municipal de Beja pelo apoio concedido à realização destas actividades e sobretudo pelo seu envolvimento directo e por terem acreditado que era possível apostar na organização de conferências de arqueologia em Agosto em Beja (!!!) sem receios.
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
ATL`s 2017
Durante o mês de Agosto e tal como em campanhas anteriores o Projecto Outeiro do Circo desenvolveu programas de actividades educativas especificamente direccionados para grupos de jovens em férias.
A campanha de 2017 foi mais limitada neste tipo de actuações porque a prioridade dada à finalização atempada dos trabalhos de campo não nos permitiu desenvolver uma maior quantidade de acções e de receber um maior número de grupos, como aconteceu no passado recente.
Assim, foi possível desenvolver actividades para o grupo de Ocupação de Tempos Livres da responsabilidade da União de Freguesias de Santiago Maior e São João Baptista, uma das entidades apoiantes do Projecto Outeiro do Circo, e para o ATL da Academia de Ginástica Zona Azul.
À chegada do grupo constituído por mais de duas dezenas de crianças acompanhadas por 4 monitores, houve lugar a uma breve explicação apoiada por materiais didácticos, como algumas réplicas de artefactos arqueológicos e ilustrações, que servem para um primeiro contacto com as realidades a abordar e que ao mesmo tempo permitem um maior grau de interacção.
Após este pequeno momento introdutório avança-se com o reconhecimento do local para observação da paisagem e dos trabalhos em curso, ocasião que suscita sempre maior interesse, pois é nesta fase que os "jovens arqueólogos" jogam as mãos ao trabalho, juntando-se aos voluntários que os acompanham e apoiam nesta experiência, que para muitos já não é novidade, pois o trabalho de continuidade desenvolvido neste campo tem permitido que alguns destes jovens já sejam "veteranos" nestas iniciativas!
A vontade de escavar e de fazer novas descobertas, por vezes apenas mais uns "míseros" cacos, leva a que muitos dos participantes não queiram abandonar o seu posto de trabalho e regressar a Beja após uma manhã passada no campo a resgatar da terra os pequenos tesouros aí guardados há milénios.
Não podemos deixar de assinalar aqui um momento mais emotivo registado este ano, quando uma das crianças começou a chorar no momento de começar a escavar e que para grande estupefacção de todos justificou-se confessando que tinha medo de partir alguma coisa muito importante!!!
Mas chegada a altura do regresso a outras actividades é lançado um último desafio: registarem a memória deste dia numa folha de papel com riscos, rabiscos e cores. E mais uma vez aqui fica o resultado.
Da nossa parte resta agradecer à União de Freguesias de Santiago Maior e São João Baptista, em particular a todos os seus funcionários e colaboradores que se envolveram e participaram em vários momentos do projecto, por todo o apoio prestado ao longo dos anos. E terminamos com palavras dirigidas ao seu presidente, Miguel Ramalho, na hora em deixa as suas funções autárquicas na sequência dos resultados eleitorais, para lhe desejar tudo de bom e agradecer mais que tudo por ter sido um autêntico AMIGO deste projecto e com essa atitude ter conduzido a uma verdadeira relação de reciprocidade.
domingo, 15 de outubro de 2017
Balanço exposição fotográfica "Olhares" - Grupo Pro-Évora (Festival Heri Tales)
A exposição fotográfica "Olhares", dedicada ao Projecto Outeiro do Circo, esteve patente ao público na sede do Grupo Pro-Évora, enquadrada na programação do festival de cinema patrimonial Heri Tales entre 21 e 27 de Setembro.
Durante esse período foi visitada por 167 pessoas, o que perfaz uma média de quase 24 visitantes diários.
Ao contrário do anteriormente anunciado, a exposição não pode seguir para as instalações do CIDEHUS, no Palácio do Vimioso.
Queremos aqui deixar o nosso agradecimento à organização do festival Heri Tales pelo convite que nos foi endereçado e que permitiu divulgar o trabalho realizado no Outeiro do Circo, à direcção do Grupo Pro-Évora pelo caloroso acolhimento e por toda a disponibilidade demonstrada e à Câmara Municipal de Beja pelo apoio logístico indispensável para que esta mostra fotográfica pudesse ter seguido para Évora.
A exposição "Olhares" continuará disponível para futuras mostras ao público mediante solicitação.
sexta-feira, 6 de outubro de 2017
Projecto Outeiro do Circo participa em colóquio internacional
O Projecto Outeiro do Circo vai estar presente no congresso internacional "Fortifications of the Metal Ages in Europe: Defensive, Symbolic and Territorial Aspects", a ter lugar entre 10 e 12 de Novembro em Guimarães, numa organização da UISPP - Comissão Científica "Metal Ages in Europe" e da Sociedade Martins Sarmento.
A conferência "Uma muralha no meio da planície. Análise poliorcética, técnica e simbólica da muralha do povoado fortificado do bronze Final do Outeiro do Circo (Beja, Portugal)", da autoria de Miguel Serra e Eduardo Porfírio será integrada na sessão dedicada à Idade do Bronze, no dia 10, e que inclui temas de diversos países, nomeadamente de Itália, Roménia, Alemanha, França e Portugal.
Resumo: A construção da muralha do povoado
do Bronze Final do Outeiro do Circo (Beja, Portugal) é reveladora da capacidade
organizativa das comunidades deste período e pressupõe um vasto trabalho
coletivo só possível numa sociedade devidamente hierarquizada.
Situado
numa colina alongada de baixa altitude, o Outeiro do Circo destaca-se claramente
na monotonia da planície circundante. A sua extensa muralha, com cerca de 2 km
lineares, constituiria uma autêntica barreira de pedra e madeira, observável a
grande distância, servindo como elemento afirmativo da soberania sobre o
território e de dissuasão perante eventuais inimigos.
Os
trabalhos arqueológicos realizados desde 2008 demonstram o investimento
colocado na sua edificação, pois até ao momento os vestígios identificados no
interior do povoado resumem-se a estruturas negativas. É de assinalar a
inexistência de construções com características mais permanentes que de algum
modo pudessem dar continuidade à monumentalidade colocada na construção da
muralha. Esta monumentalização pétrea da colina prolongou-se para além da
ocupação antiga do Outeiro do Circo, resistindo até à atualidade, como
facilmente se comprova pelos vastos taludes arborizados que ainda se observam
no local.
Pretende-se
com este trabalho analisar o fenómeno da construção de muralhas complexas no
Bronze Final do Sudoeste, partindo do exemplo do Outeiro do Circo onde a
conjugação de diversos tipos de trabalhos desde a fotointerpretação, a
geofísica, a prospeção e escavação arqueológica, entre outros, nos permitem
tentar uma abordagem integrada para validar aspetos ligados ao simbolismo desta
construção, nomeadamente no esforço despendido na sua construção e na sua
relação com a paisagem envolvente, mas também nos aspetos técnicos que permitem
vislumbrar soluções pragmáticas para vencer constrangimentos específicos ou na
análise poliorcética que nos possibilita a verificação da eficácia defensiva
desta estrutura.
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
Novo artigo do Projecto Outeiro do Circo
Acaba de ser publicado um novo artigo do Projecto Outeiro do Circo, da autoria de Miguel Serra e Eduardo Porfírio, intitulado "Estratégias de povoamento entre o Bronze Pleno e Final na região Beja", resultante da comunicação apresentada durante o III Congresso Internacional de Arqueologia de Transição: Estratégias de povoamento, realizado na Universidade de Évora entre 28 a 30 de Abril de 2016.
O artigo agora publicado na nova revista científica "Scientia Antiquitatis" resulta da análise de novos elementos existentes no território do concelho de Beja cronologicamente enquadráveis desde o Bronze Pleno ao Bronze Final, onde se procura assinalar algumas das características principais das estratégias de povoamento ao longo destes períodos e destacar as suas principais mudanças.
Este trabalho pode ser consultado no perfil do Projecto Outeiro do Circo em academia.edu ou através da página de Bibliografia neste blogue.
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