O último ciclo de conferências do projecto de investigação do Outeiro do Circo, decorrido ao longo do passado mês de Agosto totalizou 92 participantes nas 3 conferências e no workshop inaugural.
Manteve-se o objectivo de trazer a Beja diversos investigadores na área da arqueologia que neste último ano abordaram temáticas relacionadas com os grandes povoados da Idade do Bronze do Sudoeste Peninsular.
Foi assim possível dar a conhecer o trabalho desenvolvido noutras regiões de modo a permitir um maior enquadramento das acções desenvolvidas no Outeiro do Circo.
Estas sessões também cumpriram a dupla função de proporcionar um programa de formação aos voluntários que participaram nas escavações do Outeiro do Circo e ao mesmo tempo serem uma mostra de conhecimento para a população em geral, sobretudo os mais interessados nestas temáticas.
A primeira sessão, que não estava integrada no ciclo de conferências propriamente dito, teve lugar no salão do Centro Lidador no dia 2 de Agosto e ficou a cargo de um dos colaboradores de longa data deste projecto, o arqueólogo Rafael Ortiz, que nos brindou com um desafio bastante diferente do habitual.
Os 14 participantes viram-se envolvidos numa sessão de "Brain Storming" em redor do tema da ocupação humana no estuário do Guadalquivir durante o II milénio a.C., com o intuito de gerar uma grande quantidade de ideias através da participação e pensamento criativo do grupo para se procurarem novas interpretações para o problema apresentado. Uma técnica de grande interesse certamente merecedora de ser aplicada ao caso de estudo do Outeiro do Circo num futuro próximo.
No dia 10 de Agosto foi a vez de Rui Mataloto, arqueólogo da Câmara Municipal do Redondo, que já havia estado presente em 2016 com um tema sobre a Idade do Ferro na região de Beja, nos trazer os resultados do seu trabalho sobre o povoamento da Idade do Bronze na Serra d`Ossa e o caso particular de Evoramonte, um dos maiores povoados deste período.
A sessão inaugurou o ciclo de conferências sobre os grandes povoados da Idade do Bronze e decorreu no Núcleo Museológico da Rua do Sembrano, tal como as restantes, contanto com 24 assistentes.
A 17 de Agosto, perante 37 interessados, recebemos o professor Ignacio Pavón Soldevilla, da Universidade da Extremadura (Cáceres, Espanha) com uma apresentação sobre o paradigmático sítio do Castillo de Alange, situado nas proximidades de Badajoz.
A terminar este ciclo, no dia 24 de Agosto, contou-se com a presença de um investigador intimamente ligado ao Projecto Outeiro do Circo, não só por ter participado em todos os ciclos de conferências de 2014 a 2017, mas sobretudo por estar ligado ao seu estudo inicial e ter-se envolvido directamente como colaborador activo desde 2008, falamos de António Monge Soares, nome incontornável no que se refere ao estudo do Bronze do Sudoeste. Esta última sessão que contou com 17 presenças, centrou-se num dos casos melhor conhecidos da Idade do Bronze regional, o povoado do Passo Alto, situado em Vila Verde de Ficalho.
Para finalizar resta dizer que consideramos que os principais objectivos da realização destes 4 ciclos de conferências foram totalmente atingidos, tendo sido possível proporcionar momentos de formação especializada aos participantes nas escavações arqueológicas e ao mesmo tempo criar novos públicos contribuindo para uma maior sensibilização para a salvaguarda do património arqueológico e para o seu entendimento como factor de desenvolvimento local. Mas um balanço total dos 4 ciclos realizados ficará para uma outra altura.
Mais uma vez queremos manifestar o nosso maior agradecimento à Câmara Municipal de Beja pelo apoio concedido à realização destas actividades e sobretudo pelo seu envolvimento directo e por terem acreditado que era possível apostar na organização de conferências de arqueologia em Agosto em Beja (!!!) sem receios.
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