Mina da Juliana
A sua descoberta vem datada de 11
de julho de 1881, sendo a concessão provisória atribuída Alonso Gomes. A sua
designação oficial e inicial é Cova Redonda ou Cova da Moura, sendo chamada de
Mina da Juliana por se encontrar numa herdade com esse nome.
A mina teve exploração
subterrânea de cobre durante o século XIX e princípios do século XX. Esta
exploração era feita através de poços e galerias que chegaram a atingir
profundidades de cerca de 140m. O minério de cobre retirado (essencialmente
calcopirite) era queimado em fornos (ustulação) para a obtenção do cobre. O
transporte do minério era facilitado pela curta distância da mina à estação de
caminho-de-ferro mais próxima, Figueirinha; cerca de 2,5 km de “bom caminho”. Da
Figueirinha o minério era encaminhado para o Barreiro, onde embarcava rumo a
Inglaterra.
Existem registos de trabalhos
antigos, nomeadamente de lavra romana, mas de pouca relevância, dado que apenas
teriam sido exploradas zonas com minério de boa qualidade e próximo da superfície.
Os minerais principais são a
calcopirite (CuFeS2) e a bornite (Cu5FeS4),
associadas a quartzo (SiO2), barite (BaSO4) e carbonatos
(siderite (FeCO3), calcite (CaCO3) e dolomite (CaMg(CO3)2)),
entre os quais alguns de origem secundária como a malaquite (Cu2CO3(OH)2)
.
Trata-se de uma mina de tipo
filoniano inserida no Complexo Vulcano-Sedimentar da Faixa Piritosa Ibérica
(fig. 1).
Fig. 1 - Enquadramento
geológico da Mina da Juliana (in Oliveira
et al, 2013)
O Complexo Vulcano-Sedimentar é
representado na região por rochas vulcânicas (metavulcanitos), xistos
siliciosos, xistos negros, xistos borra de vinho, jaspes e tufitos.
Referências:
Cabral, José Augusto Neves (1889),
Catálogo descritivo da Secção de Minas (grupo I e II), Imprensa Nacional
Matos, J. X. & Pereira, Z. (2013), Aplicação e divulgação de modelos geológicos complexos no âmbito de
projetos de património geológico-mineiro na Faixa Piritosa Ibérica, Geodinâmica
e Tectónica global; a Importância da Cartografia Geológica, Livro de actas da
9a Conferência Anual do GGET-SGP
Oliveira, J. T.
Coordenação (1988). Carta Geológica de Portugal, Folha 8, escala 1:200 000. Carta
Geológica de Portugal. Lisboa: Serviço Geológico de Portugal.
Oliveira, J. T. Coordenação (1992). Noticia Explicativa da
Folha 8 da Carta Geológica de Portugal, 1:200 000. Carta Geológica de
Portugal. Lisboa: Serviço Geológico de Portugal, 85 pp.
Oliveira, J.T., Relvas, J.,
Pereira, Z., Matos, J., Barriga, F., Rosa, C., Rosa, D., Munhá, J., Fernandes,
P., Jorge, R. e Pinto, A. (2013). Geologia Sul Portuguesa, com ênfase na
estratigrafia, vulcanologia física, geoquímica e mineralizações da faixa
piritosa. Em Geologia de Portugal, Volume I, Geologia Pré-mesozóica de Portugal,
(Dias, R., Araújo, A., Terrinha, P. e Kullberg, J. C, Editores), Escolar
Editora, pp. 673 – 765.
Sem comentários:
Enviar um comentário