A necrópole do Ulmo (Monte do Ulmo, Santa Vitória, Beja)
A necrópole de cistas da Idade do Bronze do Monte do Ulmo, situada na freguesia de Santa Vitória, foi descoberta em 1941 com o aparecimento de 4 cistas, mas delas só se daria notícia anos mais tarde nas páginas do Arquivo de Beja, após a visita efetuada ao local por Abel Viana em 1943, que apenas pôde observar “três grandes lajes de chisto, as quais, conforme no-lo contaram pessoas que assistiram ao desmantelamento do achado, representavam as tampas de três cistas”. Nesta primeira notícia sobre a necrópole do Ulmo é também mencionado que a quarta sepultura era maior que as outras e nela foi encontrado um “…bocado de arma de ferro parecida com um pedaço de espada…” (Viana 1947: 10-11).
A necrópole de cistas da Idade do Bronze do Monte do Ulmo, situada na freguesia de Santa Vitória, foi descoberta em 1941 com o aparecimento de 4 cistas, mas delas só se daria notícia anos mais tarde nas páginas do Arquivo de Beja, após a visita efetuada ao local por Abel Viana em 1943, que apenas pôde observar “três grandes lajes de chisto, as quais, conforme no-lo contaram pessoas que assistiram ao desmantelamento do achado, representavam as tampas de três cistas”. Nesta primeira notícia sobre a necrópole do Ulmo é também mencionado que a quarta sepultura era maior que as outras e nela foi encontrado um “…bocado de arma de ferro parecida com um pedaço de espada…” (Viana 1947: 10-11).
Mais tarde, Abel Viana refere que outras doze
cistas foram abertas na sua presença, e foram recolhidos diversos materiais
como “…uma folha de canivete, de bronze […],
um bocado da ponta de uma lança de ferro […], um pedacito de haste de ferro
[…], uma sovela de bronze […], uma vasilha […], um punhal de bronze…”, para além de ossos humanos em diversas
cistas, incluindo um possível enterramento múltiplo na sepultura n.º 12 onde
foram registados quatro esqueletos, “…dois
deles dobrados e, por assim dizer, completos, e os outros dois dispostos talvez
já com os ossos enfeixados…” (VIANA e RIBEIRO, 1956: 158-160).
As peças 4, 5 e 6 correspondem a achados
metálicos das cistas do Monte do Ulmo (retirado de Viana e Ribeiro, 1956: 164)
Outro aspeto
referente às práticas funerárias é-nos sugerido em publicação posterior de
Fernando Nunes Ribeiro que dá conta de um dos crânios recolhidos no Ulmo
apresentar “…uma trepanação perfeitamente
cicatrizada…” (Ribeiro, 1965: 32).
Esta necrópole parece ter sido uma das
maiores da região Oeste de Beja, uma vez que todas as outras conhecidas
raramente atingem a dezena de sepulturas identificadas, com exceção da
necrópole das Mós onde se reconheceram dez cistas (SERRA, 2014: 275, tabela 1).
Entre algumas das principais dúvidas que
subsistem das informações publicadas, destacam-se a localização precisa da área
de implantação desta necrópole, bem como a justificação da presença de
materiais em ferro em diversas sepulturas, uma vez que não sabemos se se trata
de erros de interpretação, ou se poderão dever-se a reutilizações mais tardias
das sepulturas, ou se estaremos na presença de algumas cistas da Idade do
Ferro.
Referências
RIBEIRO, F. N. (1965) – O Bronze Meridional
Português. Beja.
SERRA, M. (2014) – Os senhores da planície. A
ocupação da Idade do Bronze nos “Barros de Beja” (Baixo Alentejo, Portugal), Antrope, série monográfica 1, pp.
270-296.
VIANA, A. (1947) – Notas históricas,
arqueológicas e etnográficas do Baixo Alentejo, Arquivo de Beja, vol. IV, fasc. I-II, pp. 10-11.
VIANA, A. E RIBEIRO, F. N. (1956) – Notas
históricas, arqueológicas e etnográficas do Baixo Alentejo, Arquivo de Beja, vol. XIII, fasc. I-IV,
pp. 153-167.
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