Acaba de ser publicado o livro "(I)Mobilidades na Pré-história. Pessoas, recursos, objetos, sítio e territórios", coordenado por Raquel Vilaça e Rodrigo Simas de Aguiar, numa edição da Imprensa da Universidade de Coimbra, e que conta com um contributo do Projecto Outeiro do Circo, no artigo: Mobilidade e exploração de recursos líticos no Bronze Final dos Barros de Beja: estudo de caso no Outeiro do Circo (Beja, Portugal), da autoria de Eduardo Porfírio, Helena Reis, Sofia Soares e Miguel Serra.
Resumo:
Segundo Christopher Pare “Metals makes the world go round” (Pare, 2000)... já a pedra não faz ninguém sair do seu lugar! Pelo menos para as comunidades do final da Idade do Bronze que habitaram no Outeiro do Circo, um grande povoado fortificado da região de Beja, a captação de recursos líticos parece não ter sido capaz de mover montanhas… ou melhor, pessoas! A coleção lítica recolhida nas escavações arqueológicas realizadas neste sítio arqueológico entre 2008 e 2013 parece demonstrar uma clara preferência local na escolha das áreas de proveniência dos elementos líticos aí utilizados, quer como materiais de construção, quer como utensílios ou mesmo enquanto adornos. O estudo e valorização de materiais líticos presentes em povoados deste período são escassos, contribuindo também para este facto a redução na utilização destes elementos em detrimento de outros materiais, nomeadamente metálicos, que os irão substituir de forma progressiva. No entanto, a coleção presente no Outeiro do Circo atesta a manutenção de algumas tradições antigas identificando-se um pequeno conjunto de artefactos líticos, maioritariamente constituído por elementos de foice, que mantêm um papel de relevo em algumas atividades essenciais, como é o caso da agricultura.
O artigo encontra-se acessível através da página de bibliografia deste blogue ou através do perfil do Projecto Outeiro do Circo em academia.edu.
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