O Projecto Outeiro do Circo vai marcar presença no X Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular que decorrerá em Zafra (Espanha) entre os dias 9 e 11 do próximo mês de Novembro, com a comunicação "O povoado do Bronze Final do Outeiro do Circo (Beja, Portugal): balanço preliminar do projecto de investigação 2014-2017", a ser apresentada por Miguel Serra e Eduardo Porfírio.
Aqui fica o resumo da comunicação:
O povoado do Bronze Final do Outeiro do Circo (Beja, Portugal):
balanço preliminar do projecto de investigação 2014-2017
Miguel
Serra
Câmara Municipal de Serpa
mserra@cm-serpa.pt
Eduardo
Porfírio
Palimpsesto, Estudo e Preservação do Património, Lda.
eduardoporfirio@palimpsesto.pt
Resumo:
Entre 2014 e 2017 desenrolou-se o
projecto de investigação “O povoado do Bronze Final do Outeiro do Circo
(Beja)”, que incidiu no estudo da área interna deste povoado fortificado
localizado na peneplanície do Baixo Alentejo.
Após um projecto anterior, desenvolvido
entre 2008 e 2013, que se centrou no estudo do sistema defensivo, os trabalhos
agora apresentados tinham como objectivo a caracterização da área interior do
povoado que havia sido até ao momento escassamente abordada, resumindo-se os
trabalhos aí efectuados a prospecções de superfície e à abertura de uma
sondagem de avaliação.
Assim, o novo projecto incluiu a
realização de trabalhos de prospecção geofísica e a abertura de várias sondagens
e escavações em área na zona mais elevada do povoado, para avaliar o seu
potencial estratigráfico e eventualmente permitir uma melhor caracterização das
dinâmicas e fases de ocupação aí observáveis. A escassa potência estratigráfica
registada, associada ao intenso revolvimento provocado pela agricultura
mecanizada conduziu a parcos resultados em termos de identificação de
estruturas, apenas se reconhecendo a existência de uma fossa/silo colmatada com
materiais enquadráveis no Bronze Final. No entanto, registaram-se recolhas muito
variadas em termos materiais que permitiram reconhecer ocupações ou presenças
de cronologias mais recentes, nomeadamente da Idade do Ferro e de Época Romana,
às quais faltaram a existência de níveis arqueológicos preservados que
permitissem caracterizar melhor estas sequências de utilização do sítio.
Foram ainda intervencionadas duas
sondagens junto à muralha que revelaram uma potência estratigráfica muito
superior, com maior quantidade de materiais e com alguns indícios de
construções que poderão estar relacionadas com estruturas de habitação, mas que
a exiguidade das áreas intervencionadas não permitiu clarificar de modo
seguro.