O Outeiro do Circo também foi alvo de uma breve menção na vasta obra de Túlio Espanca sobre o património artístico de Portugal.
Transcrição (p. 227):
"No vizinho Outeiro do Circo, existiu um castro pré-histórico
que, ulteriormente fortificado foi destruído quando da remodelação do local na
década de 1890, pelo proprietário dos terrenos, que no lugar construiu uma
torre-mirante de planta cilíndrica, que Correia de Campos, precipitadamente,
classificou do período muçulmano".
Espanca, T. (1992), Inventário artístico de Portugal –
Distrito de Beja, Vol. 1, Lisboa: Academia Nacional de Belas Artes, p. 227
Convém referir que não existem quaisquer vestígios associados à torre-mirante mencionada no Outeiro do Circo e também não se conhece que tipo de afetação terá provocado a destruição de 1890. Das informações recolhidas no local, houve de facto uma grave destruição do talude correspondente à muralha no sector sudoeste, onde se encontraria a entrada principal, há cerca de 50 ou 60 anos atrás.
A destruição do século XIX, a ser verdade, poderá ter apenas incidido no topo, onde de facto se têm recolhido materiais arqueológicos de épocas mais recentes, mas onde não foram documentadas estruturas arqueológicas encontrando-se toda esta área com a rocha à superfície. No entanto, as condições privilegiadas de controle visual a partir do topo do Outeiro do Circo poderão ter levado ao seu uso através da construção de torres, provavelmente em madeira, ao longo de várias épocas como é sugerido pelo aparecimento de cerâmicas romanas, medievais e modernas nas escavações aí realizadas em 2015.
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