Terminaram no passado dia 27 de Agosto os trabalhos arqueológicos no Outeiro do Circo, um povoado da Idade do Bronze (1200 – 800 a.C.) situado na região de Beja.
A 4ª campanha de investigação deste importante sítio prolongou-se por 23 dias ao longo do mês de Agosto, contando com a participação de alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento em arqueologia das universidades de Coimbra e Porto, para além de diversos arqueólogos profissionais de Portugal e Espanha.
Estes trabalhos inserem-se no projecto “A transição Bronze Final/Iª Idade do Ferro no Sul de Portugal. O caso do Outeiro do Circo”, coordenado pelos arqueólogos Miguel Serra e Eduardo Porfírio, do Centro de Estudos Arqueológicos das Universidade de Coimbra e Porto e pretendem aprofundar o conhecimento sobre um dos maiores povoados fortificados deste período em toda a península ibérica e também sobre as redes de povoamento num vasto e rico território envolvente.
Os resultados obtidos permitiram dar a conhecer um sistema defensivo complexo que rodearia os 17 hectares deste vasto povoado, através da escavação de um troço de muralha que integrava três elementos que funcionariam em conjunto. Na zona mais elevada do talude detectou-se o alicerce de um muro em pedra, que por sua vez assentava numa plataforma térrea que ocupava todo o declive juntamente com uma rampa de barro cozido e que visavam assegurar a consolidação das terras argilosas de base de modo a permitir receber construções mais fiáveis. A esta solução construtiva pragmática junta-se um outro elemento constituído por um pujante muro de contenção situado na zona mais baixa do talude no exterior do povoado e que sustentaria o peso das terras da encosta evitando deslizamentos provocados pelas chuvas.
Uma das grandes novidades surgidas na campanha de 2011 relaciona-se com a descoberta de uma grande fosso com cerca de 2 metros de profundidade e 3 de largura que se encontrava colmatado pelo já referido muro de contenção. Tratava-se de um dispositivo defensivo anterior que em determinada altura terá sido desactivado devido aos constantes deslizamentos de terras sendo completamente preenchido com pedra e terra que serviu de contenção à estrutura mais complexa que lhe sucedeu.
Outro ponto de interesse surgiu entre o muro superior e o limite da área de escavação onde foram escavados contextos relacionados com a zona habitacional e que revelaram a presença de inúmera cerâmica, ossos de animais (alguns com marcas de corte), cinzas e carvões, podendo revelar uma área de preparação de alimentos.
A descoberta de um painel rochoso gravado com uma forma bastante simples de arte rupestre, como são as “covinhas”, pode ser indicador da existência de práticas no domínio dos rituais que ocorreriam no espaço interior do povoado.
A vasta área ocupada pelo Outeiro do Circo leva a que os trabalhos agora finalizados permitam documentar apenas uma ínfima percentagem da complexidade de estruturas que aí existirão. Assim, pretende-se nos próximos anos realizar novas escavações no interior do povoado de forma a descobrir a zona habitacional que permitirá conhecer melhor os aspectos do quotidiano das populações que dominaram a vasta planície dos “Barros de Beja” há 3000 anos.
Este projecto, que também promoveu visitas guiadas no decurso dos trabalhos e que contaram com cerca de 100 participantes, é financiado pela Câmara Municipal de Beja e conta com o apoio da Junta Freguesia de Mombeja e empresa Palimpsesto, Estudo e Preservação do Património Cultural, Lda.
A 4ª campanha de investigação deste importante sítio prolongou-se por 23 dias ao longo do mês de Agosto, contando com a participação de alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento em arqueologia das universidades de Coimbra e Porto, para além de diversos arqueólogos profissionais de Portugal e Espanha.
Estes trabalhos inserem-se no projecto “A transição Bronze Final/Iª Idade do Ferro no Sul de Portugal. O caso do Outeiro do Circo”, coordenado pelos arqueólogos Miguel Serra e Eduardo Porfírio, do Centro de Estudos Arqueológicos das Universidade de Coimbra e Porto e pretendem aprofundar o conhecimento sobre um dos maiores povoados fortificados deste período em toda a península ibérica e também sobre as redes de povoamento num vasto e rico território envolvente.
Os resultados obtidos permitiram dar a conhecer um sistema defensivo complexo que rodearia os 17 hectares deste vasto povoado, através da escavação de um troço de muralha que integrava três elementos que funcionariam em conjunto. Na zona mais elevada do talude detectou-se o alicerce de um muro em pedra, que por sua vez assentava numa plataforma térrea que ocupava todo o declive juntamente com uma rampa de barro cozido e que visavam assegurar a consolidação das terras argilosas de base de modo a permitir receber construções mais fiáveis. A esta solução construtiva pragmática junta-se um outro elemento constituído por um pujante muro de contenção situado na zona mais baixa do talude no exterior do povoado e que sustentaria o peso das terras da encosta evitando deslizamentos provocados pelas chuvas.
Uma das grandes novidades surgidas na campanha de 2011 relaciona-se com a descoberta de uma grande fosso com cerca de 2 metros de profundidade e 3 de largura que se encontrava colmatado pelo já referido muro de contenção. Tratava-se de um dispositivo defensivo anterior que em determinada altura terá sido desactivado devido aos constantes deslizamentos de terras sendo completamente preenchido com pedra e terra que serviu de contenção à estrutura mais complexa que lhe sucedeu.
Outro ponto de interesse surgiu entre o muro superior e o limite da área de escavação onde foram escavados contextos relacionados com a zona habitacional e que revelaram a presença de inúmera cerâmica, ossos de animais (alguns com marcas de corte), cinzas e carvões, podendo revelar uma área de preparação de alimentos.
A descoberta de um painel rochoso gravado com uma forma bastante simples de arte rupestre, como são as “covinhas”, pode ser indicador da existência de práticas no domínio dos rituais que ocorreriam no espaço interior do povoado.
A vasta área ocupada pelo Outeiro do Circo leva a que os trabalhos agora finalizados permitam documentar apenas uma ínfima percentagem da complexidade de estruturas que aí existirão. Assim, pretende-se nos próximos anos realizar novas escavações no interior do povoado de forma a descobrir a zona habitacional que permitirá conhecer melhor os aspectos do quotidiano das populações que dominaram a vasta planície dos “Barros de Beja” há 3000 anos.
Este projecto, que também promoveu visitas guiadas no decurso dos trabalhos e que contaram com cerca de 100 participantes, é financiado pela Câmara Municipal de Beja e conta com o apoio da Junta Freguesia de Mombeja e empresa Palimpsesto, Estudo e Preservação do Património Cultural, Lda.
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