quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Outeiro do Circo no Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular

O Projeto Outeiro do Circo irá mais uma vez marcar presença no Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular, cuja 11ª edição irá decorrer em Loulé entre os dias 21 e 23 de Outubro.

A participação do Projeto Outeiro do Circo irá centrar-se numa comunicação sobre os resultados preliminares dos trabalhos desenvolvidos entre 2019 e 2021, da autoria de Miguel Serra, Eduardo Porfírio, Sofia Silva e Nelson J. Almeida. 

Aqui deixamos o resumo da comunicação e o link para a página do Encontro: XI EASP

Projeto Outeiro do Circo (Beja, Portugal): breve balanço dos trabalhos de 2019 a 2021

Resumo

No seguimento dos projetos de investigação realizados sobre o povoado do Bronze Final do Outeiro do Circo (Beja, Portugal) nos períodos 2008-2013 e 2014-2017, que se centraram, respetivamente, no estudo do sistema defensivo e na caracterização da área interior do povoado, desenvolveu-se um novo projeto de investigação, decorrido entre 2017 e 2021, que incidiu na escavação em área de uma zona de muralha em conjunto com o espaço interior do povoado, do qual se apresentam os resultados preliminares.

Os trabalhos realizados tiveram como objetivo o alargamento de uma sondagem escavada em 2016-2017, para um total de 100 m², abarcando um prolongamento pelo talude da muralha, com a restante área a abranger o espaço interior do povoado.

Documentou-se um troço de muralha em bom estado de conservação e que apresenta algumas caraterísticas construtivas diferentes de um outro troço escavado a cerca de 20 metros para Sudoeste entre 2008 e 2013, mas mantendo outras caraterísticas semelhantes, como a presença de uma rampa em barro cozido entre a base da muralha pétrea e o extremo do talude. A área onde se desenvolve a linha de muralha permitiu ainda a recolha de um importante conjunto de materiais cerâmicos enquadráveis no Bronze Final, entre os quais se destacam as cerâmicas com decoração em “ornatos brunidos”, para além de uma assinalável quantidade de vestígios faunísticos e de elementos ligados à atividade agrícola (dormentes de mós e denticulados de foice), sendo o conjunto metálico apenas residual.

Destaca-se ainda a recolha de um grande conjunto cerâmico relacionado com ocupações posteriores, nomeadamente da Idade do Ferro, havendo ainda a registar a presença mais escassa de elementos atribuíveis à Época Romana. 


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