Folha do Ranjão (Baleizão) - povoado aberto de planície do Bronze Final
Este sítio, localizado entre a aldeia de Baleizão e o Rio Guadiana, deverá corresponder a um povoado aberto de planície, apesar da escassez de elementos relacionados com a sua ocupação durante o Bronze Final. Situa-se numa zona plana com solos de grande potencial agrícola, e nunca foi alvo de trabalhos de escavação arqueológica.
As prospecções efectuadas permitiram constatar que poderá ter diversas fases de
ocupação como sugerido pela recolha superficial de materiais cerâmicos calcolíticos, do
Bronze Final, da Idade do Ferro, período para o qual também se identificou uma inscrição com escrita do Sudoeste, e de época islâmica (Serra e Porfírio 2017: 224; Soares 2013: 294).
Os materiais atribuídos ao Bronze Final correspondem a cerâmicas de ornatos brunidos, que se concentram numa área pequena e bem delimitada, o que é compatível com a existência de um pequeno habitat ou talvez um casal agrícola (Soares 2013: 297)
Bibliografia:
FARIA, A. M e SOARES, A. M. (1998) – Uma inscrição em caracteres do Sudoeste proveniente da Folha do Ranjão (Baleizão, Beja). Revista Portuguesa de Arqueologia. Vol. 1, N.º 1, p. 153-160.
SOARES, A. M. (2013) – O sistema de
povoamento do Bronze Final no Baixo Alentejo – Bacia do Guadiana. Estudos Arqueológicos de Oeiras. 20, p.
273-302.
Adenda:
Após a publicação deste texto recebemos uma informação de António Monge Soares, a quem agrademos, que esclarece que a Folha do Ranjão foi alvo de trabalhos de sondagens arqueológicas na sequência de destruições patrimoniais decorrentes da implantação de um projecto de agricultura intensiva. Os trabalhos foram realizados por uma empresa de arqueologia a aguarda-se a publicação dos resultados.
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