terça-feira, 7 de maio de 2019

V Jornadas de Pré e Proto-História da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Apresenta-se o resumo da comunicação do Projecto Outeiro do Circo às V Jornadas de Pré e Proto-história da Faculdade de letras da Universidade de Coimbra no próximo dia 14 de Maio.

Pedra, terra e madeira. A escavação de uma muralha do Bronze Final nas planuras de Beja.
Miguel Serra, Projecto Outeiro do Circo; Câmara Municipal de Serpa. Mail: mserra@cm-serpa.pt
Eduardo Porfírio. Projecto Outeiro do Circo; Palimpsesto, Lda. Mail: eporfirio@gmail.com


Resumo
Durante o Bronze Final o Alentejo Interior assiste à emergência de vários povoados de altura, alguns atingindo grandes dimensões, que exibem complexos sistemas defensivos.
As muralhas da última etapa da Idade do Bronze tornam-se assim um dos elementos estruturais mais duradouros e demonstrativos da capacidade construtiva destas comunidades. Por essa razão têm sido o “alvo” principal das intervenções arqueológicas realizadas em alguns destes povoados – Corôa do Frade, Castro de Ratinhos, Passo Alto ou Outeiro do Circo – em detrimento das áreas habitacionais, formadas por estruturas mais perenes e menos monumentais.
No povoado do Outeiro do Circo, situado numa extensa colina no centro da peneplanície de Beja, o desafio de escavar um pequeno troço de uma muralha com quase dois quilómetros de extensão, fez parte da estratégia inicial para a investigação deste sítio e pressupôs uma combinação de metodologias.
Numa primeira fase utilizaram-se métodos analíticos não evasivos para colmatar a escassez de estudos anteriores, que passaram pela fotointerpretação sobre fotografia aérea em articulação com prospeções dirigidas no terreno, que revelaram novos dados sobre a morfologia desta vasta muralha. Estes trabalhos prévios foram também essenciais para determinar a escolha da área a intervir através da escavação arqueológica, que tinha como objetivo a escavação integral de uma seção da muralha para compreender as suas fases, técnicas construtivas e cronologia, procedendo-se ao seu desmonte até ao substrato geológico.
A impossibilidade de intervir em certas áreas da muralha, juntamente com as dúvidas suscitadas pelos trabalhos desenvolvidos, levaram à necessidade de acrescentar novos métodos não evasivos como a geofísica – magnetometria – pois só com o conjunto de dados proporcionado por diferentes formas de análise seria possível iniciar a compreensão deste complexo sistema defensivo.


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