segunda-feira, 20 de maio de 2019

Resumo do poster do Outeiro do Circo no EJI-PATER II (Braga, 6 e 7 de Junho)


Resumo do poster "O quadro tipológico das cerâmicas do povoado fortificado do Outeiro do Circo (Beja) - Novos dados, formas velhas", a ser apresentado no Eixo 6 (Materialidade) no EJI-PATER II - Encontro de Jovens Investigadores. Património e Território, nos dias 6 e 7 de Junho, na Universidade do Minho, Braga. 

O quadro tipológico das cerâmicas do povoado fortificado do Outeiro do Circo (Beja) – Novos dados, formas velhas

The ceramics typological framework of the hillfort settlement of Outeiro do Circo (Beja) - New data, old forms

Sofia Silva[1], Miguel Serra[2] e Eduardo Porfírio[3]


[1] Projecto Outeiro do Circo. Email: sofiaeiras22@gmail.com
[2] Câmara Municipal de Serpa; Projecto Outeiro do Circo. Emal: mserra@cm-serpa.pt
[3] Palimpsesto, Lda.; Projecto Outeiro do Circo. Email: eduardoporfirio@palimpsesto.pt

Resumo:
A tipologia cerâmica do povoado do Outeiro do Circo (Beja) reúne um conjunto de recipientes utilizados pelas comunidades que ocuparam o local, durante o último quartel do II milénio a.C. O estudo tipológico, das cerâmicas exumadas entre 2008 e 2011, possibilitou a definição de 12 tipos formais, que se distinguem tanto pela forma e design de cada tipo, como pela possível funcionalidade atribuída a cada recipiente.
A realização de novas escavações arqueológicas na área interna do povoado, entre 2014 e 2017, impulsionaram a uma revisão do quadro tipológico das produções cerâmicas do Outeiro do Circo, evidenciando as particularidades formais e volumétricas do conjunto. Tendo em conta a diversidade registada no reportório formal do povoado, entende-se que a variedade de recipientes deve ser entendida como resultado das escolhas adotadas pela comunidade que produziu e utilizou as cerâmicas, de acordo não só com a funcionalidade, mas também com o gosto, técnica e experiência dos oleiros.
Durante o estudo das cerâmicas questionamos a abordagem adoptada na elaboração do quadro tipológico, relativamente aos pressupostos metodológicos e aos critérios descritivos utilizados na criação dos diferentes tipos. A compreensão da evolução formal e técnica das cerâmicas arqueológicas deve ser o princípio regente nas tabelas formais, para que possam ser utilizadas como “instrumentos” na asserção dos factores socioeconómicos que determinaram, por um lado, a conservação e tradição dos sistemas de fabrico dos recipientes cerâmicos, ou por outro lado, a inovação e adopção de novas formas e técnicas de produção. Considera-se assim que a normalização efectiva dos quadros tipológicos, no caso particular do Bronze Final, irá possibilitar uma comparação detalhada e rigorosa entre reportórios formais presentes em diferentes povoados, permitindo deste modo caracterizar diferenças e/ou semelhanças sociais, económicas e culturais entre as comunidades deste período cronológico.

Bibliografia
Osório, A., Silva, S., Fernandes, D., Porfírio, E. Serra, M., Vilaça, R., Vie
ira, T. (2013). Atrás dos gestos: as cerâmicas decoradas do Outeiro do Circo (Mombeja, Beja, Portugal) e a ênfase nas decorações brunidas. In Actas doVI Encuentro de Arqueología del Suroeste Peninsular (pp.941-974), Villafranca de los Barros.
Rice, P. (1987), Pottery Analysis – a Sourcebook, The University of Chicago Press.Chicago e Londres.
Serra, M. e Porfírio, E. (2012). O Bronze Final nos “Barros de Beja”. Novas perspectivas de investigação. In Actas do V Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular (pp. 133-148). Almodôvar
Silva, S. (2013). O povoado do Outeiro do Circo no seu enquadramento regional: contributos dos materiais cerâmicos. Dissertação de mestrado, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra.
Silva, S. (2014). As cerâmicas do Outeiro do Circo (Beja): resultados do estudo tecnológico, formal e decorativo. In Vilaça, R. e Serra, M. (ed.), Idade do Bronze do Sudoeste. Novas perspectivas sobre uma velha problemática (pp. 167-185). Coimbra.




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