Resumo do poster "O quadro tipológico das cerâmicas do povoado fortificado do Outeiro do Circo (Beja) - Novos dados, formas velhas", a ser apresentado no Eixo 6 (Materialidade) no EJI-PATER II - Encontro de Jovens Investigadores. Património e Território, nos dias 6 e 7 de Junho, na Universidade do Minho, Braga.
O quadro
tipológico das cerâmicas do povoado fortificado do Outeiro do Circo (Beja) – Novos
dados, formas velhas
The ceramics typological framework of the hillfort
settlement of Outeiro do Circo (Beja) - New data, old forms
Resumo:
A
tipologia cerâmica do povoado do Outeiro do Circo (Beja) reúne um conjunto de
recipientes utilizados pelas comunidades que ocuparam o local, durante o último
quartel do II milénio a.C. O estudo tipológico, das cerâmicas exumadas entre
2008 e 2011, possibilitou a definição de 12 tipos formais, que se distinguem
tanto pela forma e design de cada
tipo, como pela possível funcionalidade atribuída a cada recipiente.
A
realização de novas escavações arqueológicas na área interna do povoado, entre
2014 e 2017, impulsionaram a uma revisão do quadro tipológico das produções
cerâmicas do Outeiro do Circo, evidenciando as particularidades formais e
volumétricas do conjunto. Tendo em conta a diversidade registada no reportório
formal do povoado, entende-se que a variedade de recipientes deve ser entendida
como resultado das escolhas adotadas pela comunidade que produziu e utilizou as
cerâmicas, de acordo não só com a funcionalidade, mas também com o gosto,
técnica e experiência dos oleiros.
Durante
o estudo das cerâmicas questionamos a abordagem adoptada na elaboração do
quadro tipológico, relativamente aos pressupostos metodológicos e aos critérios
descritivos utilizados na criação dos diferentes tipos. A compreensão da evolução formal e técnica das cerâmicas
arqueológicas deve ser o princípio regente nas tabelas formais, para que possam
ser utilizadas como “instrumentos” na asserção dos factores socioeconómicos que
determinaram, por um lado, a conservação e tradição dos sistemas de fabrico dos
recipientes cerâmicos, ou por outro lado, a inovação e adopção de novas formas
e técnicas de produção. Considera-se assim que a normalização efectiva dos
quadros tipológicos, no caso particular do Bronze Final, irá possibilitar uma comparação
detalhada e rigorosa entre reportórios formais presentes em diferentes povoados,
permitindo deste modo caracterizar diferenças e/ou semelhanças
sociais, económicas e culturais entre as comunidades deste período cronológico.
Bibliografia
Osório, A., Silva, S., Fernandes, D., Porfírio, E. Serra, M., Vilaça,
R., Vie
Rice, P. (1987), Pottery
Analysis – a Sourcebook, The University of Chicago Press.Chicago e Londres.
Serra, M. e Porfírio, E. (2012). O Bronze Final nos “Barros de
Beja”. Novas perspectivas de investigação. In Actas do V Encontro de
Arqueologia do Sudoeste Peninsular (pp. 133-148). Almodôvar
Silva, S. (2013). O povoado do Outeiro do Circo no seu
enquadramento regional: contributos dos materiais cerâmicos. Dissertação de
mestrado, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra.
Silva, S. (2014). As cerâmicas do
Outeiro do Circo (Beja): resultados do estudo tecnológico, formal e decorativo.
In Vilaça, R. e Serra, M. (ed.), Idade do Bronze do Sudoeste. Novas
perspectivas sobre uma velha problemática (pp. 167-185). Coimbra.
Sem comentários:
Enviar um comentário