Outeiro do Circo: Mós, foices, pão, migas

domingo, 2 de setembro de 2018

Mós, foices, pão, migas

São muitos os vestígios materiais recolhidos no povoado do Outeiro do Circo que se relacionam com práticas agrícolas.

As mós e os denticulados de foice estão presentes em número assinalável, atestando a primazia natural que a agricultura assumia para as comunidades que habitaram este local há 3000 anos.

Os cereais seriam a base da alimentação, apesar de nos faltarem os vestígios directos como as sementes, sendo o trigo (triticum aestivum-durum) predominante sobre a cevada (hordeum vulgare l.).

Numa região em acelerada transformação agrícola, com o olival a ganhar terreno sobre as culturas cerealíferas, o pão, base secular da alimentação no Alentejo, teima em manter-se à mesa e a compor muitos dos pratos típicos da gastronomia regional.

E é o pão que serve de mote para uma iniciativa do Projecto Outeiro do Circo, no dia 6 de Outubro, integrada num âmbito mais vasto sob a égide da Arqueologia Comunitária.

Nas Jornadas Europeias do Património de 2018, com o tema "Partilhar Memórias", o Projecto Outeiro do Circo pretende discutir as formas de participação comunitária no âmbito deste projecto arqueológico, com conferências e debates, mas também juntando à mesa os comensais e participantes desta jornada para partilharem o pão e desfrutarem as migas, num jantar em comunidade que antecederá a exibição do documentário "Xaroco" que também nos transportará numa viagem por estas terras produtoras de pão, para conhecer as suas tradições e escutar as suas gentes.

Dia 6 de Outubro, no Hospital da Misericórdia de Beja, venha assistir e participar na discussão sobre Arqueologia Comunitária, inscreva-se no jantar convívio e fique para assistir ao filme "Xaroco".

Uma iniciativa organizada em conjunto com a Santa Casa da Misericórdia de Beja e com o apoio da empresa Palimpsesto e do Centro Social, Cultural e Recreativo do Bairro da Esperança.