Quinta feira, dia 18 de Agosto, prossegue o ciclo de conferências Outeiro do Circo 2016 que sob o tema "Territórios", centra agora as atenções na Idade do Bronze no Sul de Portugal através de uma conferência a cargo de António Monge Soares.
A sessão tem início às 21:30 no largo do Núcleo Museológico da Rua do Sembrano, em Beja.
A Idade do Bronze no Sul de Portugal
António Monge Soares
Resumo
Como resultado dos trabalhos de
prospecção e escavação arqueológicos, levados a cabo nas últimas duas dezenas
de anos, diversas necrópoles atribuíveis ao Bronze do Sudoeste, bem como
diversos povoados, têm sido registados no lado português do Sudoeste Ibérico.
Estes registos arqueológicos modificaram por completo o panorama, conhecido até
aos anos setenta do século passado, referente ao Bronze do Sudoeste nesta
região, embora lacunas importantes se julgue continuarem a existir. Nesta
comunicação, após se exporem diversas reflexões acerca do designado Horizonte
de Ferradeira e se descrever, com algum pormenor, um contexto dessa época,
datado pelo radiocarbono, é feita uma síntese dos conhecimentos existentes
sobre o Bronze Pleno no Sul de Portugal. Partindo da investigação arqueológica
realizada na margem esquerda do Guadiana, salienta-se o polimorfismo da
arquitectura funerária durante o Bronze Pleno e interpreta-se o aparecimento,
em algumas necrópoles, de escassos restos cerâmicos e líticos que, não constituindo
dádivas funerárias, indiciam rituais funerários e/ou a proximidade de áreas de
habitat. Em seguida, a partir dos povoados conhecidos do Bronze Final, os quais
ocupam posições diversas no terreno e apresentam características igualmente
diversas, são definidos quatro grandes grupos que se poderão generalizar a todo
o território em análise. Dentro destes poderão, porventura, destacar-se os
povoados de planície, só recentemente identificados, nomeadamente aqueles que
se revelam por campos de silos (“campos de hoyos”), tão característicos da zona
da Meseta, designadamente da região de Madrid, mas até há pouco tempo
desconhecidos no registo arqueológico do Sudoeste Peninsular. Por fim, os
aspectos cronológicos são também desenvolvidos, tendo em conta as datações de
radiocarbono de que se dispõe actualmente.
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