Os trabalhos da 2ª quinzena de Agosto no Outeiro do Circo começaram com uma equipa praticamente nova dada a chegada de novos voluntários.
Como habitualmente foi feito um enquadramento sobre o sítio e o projeto aos voluntários que vieram pela primeira vez para logo de seguida se integrarem nos trabalhos de campo.
Na sondagem 3 tenta-se finalizar a escavação da fossa da qual foi removido um bloco pétreo em gabro-diorito local que apresentava quatro covinhas gravadas, ao mesmo tempo que prosseguem os trabalhos no alargamento onde os materiais cerâmicos surgem em abundância apesar de não haver registo de qualquer estrutura até ao momento.
Deu-se por terminada a sondagem 5 que revelou uma estratigrafia simples uma vez que apresentava o substrato geológico muito superficial e com diversos blocos de afloramento. Apesar desta sondagem se localizar no topo do povoado, esta zona não revelou estruturas conservadas o que em parte se pode dever ao facto de apresentar uma crista rochosa muito superficial, impossibilitando assim que aí tivessem sido construídas quaisquer estruturas ou que se conservassem, a terem existido.
Outro aspeto a reter desta área de intervenção é o aparecimento de vários fragmentos de cerâmicas romanas e medievais, para além de muitas outras de origem proto-histórica.
Face à rapidez da intervenção na sondagem 5 optou-se por abrir uma nova área na vertente sudeste, numa zona onde normalmente não é possível a realização de escavações arqueológicas por o terreno ser lavrado, mas apesar desse constrangimento foi possível obter a autorização do proprietário, o Sr. José Raposo, a quem agradecemos, para aí se fazer uma avaliação do terreno com a marcação de uma sondagem de 4 m x 4 m.
Agradece-se mais uma vez a colaboração da União de Freguesias de Santiago Maior e São João Baptista na colocação de redes sombra nesta sondagem que se encontra numa zona com maior exposição solar.
No âmbito do plano de formação houve lugar a mais duas conferências, a primeira a 19 de Agosto, a cargo de Miguel Serra e dedicada às estelas de tipo alentejano da Idade do Bronze, que foi antecedida de uma visita ao Museu Regional Rainha D. Leonor para observar a coleção de estelas aí expostas, para além de ter sido possibilitado aos voluntários a oportunidade de visualizar a recentemente descoberta estela do Monte do Ulmo que se encontra à guarda da Câmara Municipal de Beja.
A 2ª sessão desta semana ficou a cargo das colaboradoras do Projeto Outeiro do Circo, Ana Osório e Diana Fernandes, sobre o tema da arqueologia experimental sobre cerâmicas que tem sido desenvolvido de modo autónomo através da concepção do projeto faCta e que nesse mesmo dia encetou uma colaboração com o ATL do Penedo Gordo (Beja) para a realização de uma sessão de modelação cerâmica dedicada aos mais jovens.
Refira-se ainda que as visitas guiadas continuaram a decorrer durante toda a semana possibilitando aos interessados não só a explicação sobre o Outeiro do Circo, mas procurando promover uma participação ativa dos visitantes dando-lhes a oportunidade de "serem" arqueólogos durante uma manhã!
Nesta semana contámos ainda com um voluntário "extra", o Carlos Rocha, funcionário do Museu Regional Rainha D. Leonor, a quem agradecemos a preciosa ajuda e todo o empenho que colocou na escavação.
Para terminar informamos que foi colocada sinalética a indicar o caminho de acesso ao Outeiro do Circo, através de duas placas fornecidas pela Câmara Municipal de Beja, a quem se agradece, o que desde logo contribuiu para uma maior facilidade no reconhecimento do local.
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