Terminadas as II Jornadas de Pré e Proto-História da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, resta-nos agradecer, em nome da organização, pela enorme adesão registada, com cerca de 100 participantes o que tornou o espaço escolhido demasiado pequeno para esta iniciativa.
Não só de números se fez este encontro e o que mais sobressai é o facto de uma temática aparentemente estanque continuar bem viva e geradora de interesse por parte da comunidade científica com especial destaque para o público estudantil, grande responsável pelo sucesso do debate final e pelas inúmeras discussões durante a sessão analítica.
A variedade dos temas apresentados permitiu um panorama muito completo da realidade do Bronze do Sudoeste. Desde logo o início dos trabalhos ficou pautado pelo traçar de uma verdadeira biografia do Bronze do Sudoeste, a cargo de Rui Parreira, que para além dos aspectos relacionados com a historiografia deste período ainda incluíu na sua análise a caracterização da Idade do Bronze na região do Algarve.
O bloco seguinte centrou-se na apresentação de temas sobre o povoamento e a análise territorial de diversas regiões dentro do Bronze do Sudoeste e abrangendo uma vasta diacronia e destacando aspectos distintos, que permitem observar o grande poliformismo desta entidade arqueográfica.
As novidades surgidas nos últimos anos no Baixo Alentejo sobre sítios da Idade do Bronze, ficou bem patente na apresentação de Eduardo Porfírio acerca do sítio de Torre Velha 3 (Serpa), um flagrante exemplo de como o Bronze do Sudoeste ainda era apenas parcamente conhecido, sobretudo por achados funerários, mas ficando com um quadro geral mais completo com a enorme quantidade de povoados abertos de planície entretanto detectados. Mas Torre Velha 3 não revela só a sua importância no âmbito do conhecimento das estratégias de povoamento do Bronze Pleno, mas também mostra a riqueza das práticas funerárias e a proximidade da relação entre o mundo dos vivos e dos mortos que aqui compartem espaços muitos próximos.
Seguidamente a apresentação de Miguel Serra acerca do Outeiro do Circo (Beja), revela alguns aspectos relacionados com o pragmatismo das soluções construtivas postas em práctica pelas comunidades do Bronze Final neste vasto povoado fortificado, mas procurando também compreender a origem deste sítio através da sua inserção no espaço geográfico e na evolução do povoamento nesta região entre o Bronze Pleno e a Iª Idade do Ferro.
A apresentação de Pavón Soldevila e Duque Espino centrou-se no povoado de Castillo de Alange (Badajoz) e no seu território, revelando um intenso programa de investigação, que mesmo com as diversas dificuldades sentidas, permite considerar este um dos sítios melhor conhecidos do Bronze do Sudoeste. Aspectos como a existência de uma arquitectura monumental ou o estabelecimento de hierarquias de lugares entre Alange e as necrópoles de cistas ou os povoados de fossas da planície permitem traçar diversas perspectivas acerca dos processos sociais deste período. O complemento a este trabalho é fornecido pelo intenso e laborioso estudo arqueobotânico que permite a reconstituição paleoambiental, mostrando como estas comunidades interagiram com o espaço natural, antropizando-o e humanizando-o.
As conferências da tarde centraram-se em trabalhos especificamente dedicados ao estudo de metais e cerâmicas.
Ana Osório e Sara Almeida traçaram o perfil das cerâmicas decoradas da Idade do Bronze para em seguida se centrarem no caso concreto das cerâmicas de ornatos brunidos, após um interessante percurso por outros tipos de cerâmicas brunidas de vários períodos e de diversas regiões da Europa.
Carlo Bottaini por sua vez abordou a questão da evolução da prática metalúrgica no Sudoeste peninsular desde o calcolítico até ao Bronze Final, detendo-se em alguns exemplos concretos e terminando com uma interessante abordagem de arqueologia experimental onde se tenta a reconstituição dos processos metalúrgicos.
A sessão prática permitiu aos participantes terem um contacto mais directo com diversos materiais cerâmicos, desde os exemplares de Torre Velha 3, todos eles provenientes de contextos funerários e que revelam tipos bem conhecidos das cistas do Bronze Médio, mas também alguns materiais mais raros ou mesmo únicos nesta região. Uma outra mesa apresentava diversos tipos de cerâmicas brunidas, de várias épocas, sendo que a curiosidade dos participantes se centrava bastante nos exemplares de ornatos brunidos do Castelo de Arraiolos.
Por fim, ainda houve forças suficientes para fazer um balanço e algumas conclusões dos trabalhos a cargo de Raquel Vilaça e Rui Parreira, que permitiram sobretudo alimentar algumas questões para o interessante debate de mais de uma hora.
Não se poderia terminar este breve balanço sem uma referência aos trabalhos de alguns alunos de 2º ciclo de Arqueologia e Território, no âmbito do programa do seminário de Espaços e Sociedades (dirigido por Raquel Vilaça) que apresentaram os seus trabalhos sobre o formato de posters incidindo sobre temáticas variadas da Pré e Proto- História portuguesa e peninsular e que preencheram ainda mais umas jornadas já de si bastante intensas.
Não só de números se fez este encontro e o que mais sobressai é o facto de uma temática aparentemente estanque continuar bem viva e geradora de interesse por parte da comunidade científica com especial destaque para o público estudantil, grande responsável pelo sucesso do debate final e pelas inúmeras discussões durante a sessão analítica.
A variedade dos temas apresentados permitiu um panorama muito completo da realidade do Bronze do Sudoeste. Desde logo o início dos trabalhos ficou pautado pelo traçar de uma verdadeira biografia do Bronze do Sudoeste, a cargo de Rui Parreira, que para além dos aspectos relacionados com a historiografia deste período ainda incluíu na sua análise a caracterização da Idade do Bronze na região do Algarve.
O bloco seguinte centrou-se na apresentação de temas sobre o povoamento e a análise territorial de diversas regiões dentro do Bronze do Sudoeste e abrangendo uma vasta diacronia e destacando aspectos distintos, que permitem observar o grande poliformismo desta entidade arqueográfica.
As novidades surgidas nos últimos anos no Baixo Alentejo sobre sítios da Idade do Bronze, ficou bem patente na apresentação de Eduardo Porfírio acerca do sítio de Torre Velha 3 (Serpa), um flagrante exemplo de como o Bronze do Sudoeste ainda era apenas parcamente conhecido, sobretudo por achados funerários, mas ficando com um quadro geral mais completo com a enorme quantidade de povoados abertos de planície entretanto detectados. Mas Torre Velha 3 não revela só a sua importância no âmbito do conhecimento das estratégias de povoamento do Bronze Pleno, mas também mostra a riqueza das práticas funerárias e a proximidade da relação entre o mundo dos vivos e dos mortos que aqui compartem espaços muitos próximos.
Seguidamente a apresentação de Miguel Serra acerca do Outeiro do Circo (Beja), revela alguns aspectos relacionados com o pragmatismo das soluções construtivas postas em práctica pelas comunidades do Bronze Final neste vasto povoado fortificado, mas procurando também compreender a origem deste sítio através da sua inserção no espaço geográfico e na evolução do povoamento nesta região entre o Bronze Pleno e a Iª Idade do Ferro.
A apresentação de Pavón Soldevila e Duque Espino centrou-se no povoado de Castillo de Alange (Badajoz) e no seu território, revelando um intenso programa de investigação, que mesmo com as diversas dificuldades sentidas, permite considerar este um dos sítios melhor conhecidos do Bronze do Sudoeste. Aspectos como a existência de uma arquitectura monumental ou o estabelecimento de hierarquias de lugares entre Alange e as necrópoles de cistas ou os povoados de fossas da planície permitem traçar diversas perspectivas acerca dos processos sociais deste período. O complemento a este trabalho é fornecido pelo intenso e laborioso estudo arqueobotânico que permite a reconstituição paleoambiental, mostrando como estas comunidades interagiram com o espaço natural, antropizando-o e humanizando-o.
As conferências da tarde centraram-se em trabalhos especificamente dedicados ao estudo de metais e cerâmicas.
Ana Osório e Sara Almeida traçaram o perfil das cerâmicas decoradas da Idade do Bronze para em seguida se centrarem no caso concreto das cerâmicas de ornatos brunidos, após um interessante percurso por outros tipos de cerâmicas brunidas de vários períodos e de diversas regiões da Europa.
Carlo Bottaini por sua vez abordou a questão da evolução da prática metalúrgica no Sudoeste peninsular desde o calcolítico até ao Bronze Final, detendo-se em alguns exemplos concretos e terminando com uma interessante abordagem de arqueologia experimental onde se tenta a reconstituição dos processos metalúrgicos.
A sessão prática permitiu aos participantes terem um contacto mais directo com diversos materiais cerâmicos, desde os exemplares de Torre Velha 3, todos eles provenientes de contextos funerários e que revelam tipos bem conhecidos das cistas do Bronze Médio, mas também alguns materiais mais raros ou mesmo únicos nesta região. Uma outra mesa apresentava diversos tipos de cerâmicas brunidas, de várias épocas, sendo que a curiosidade dos participantes se centrava bastante nos exemplares de ornatos brunidos do Castelo de Arraiolos.
Por fim, ainda houve forças suficientes para fazer um balanço e algumas conclusões dos trabalhos a cargo de Raquel Vilaça e Rui Parreira, que permitiram sobretudo alimentar algumas questões para o interessante debate de mais de uma hora.
Não se poderia terminar este breve balanço sem uma referência aos trabalhos de alguns alunos de 2º ciclo de Arqueologia e Território, no âmbito do programa do seminário de Espaços e Sociedades (dirigido por Raquel Vilaça) que apresentaram os seus trabalhos sobre o formato de posters incidindo sobre temáticas variadas da Pré e Proto- História portuguesa e peninsular e que preencheram ainda mais umas jornadas já de si bastante intensas.
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