Vai ter lugar entre 18 e 20 de Novembro, o V Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular a realizar em Almodôvar.
O projecto Outeiro do Circo estará presente com a apresentação da comunicação:
O Bronze Final nos “Barros de Beja”. Novas perspectivas de investigação.
Miguel Serra e Eduardo Porfírio (Palimpsesto, Lda. / CEAUCP-CAM); geral@palimpsesto.pt
Resumo: No âmbito do projecto de investigação “A transição Bronze Final / Iª Idade do Ferro no Sul de Portugal: o caso do Outeiro do Circo”, têm vindo a ser realizadas escavações no emblemático povoado fortificado do Outeiro do Circo, que possibilitam o estabelecimento de novas considerações sobre o povoamento de altura durante o Bronze Final. Estas intervenções centradas numa zona de talude na parte Sudoeste do povoado, têm permitido documentar um sistema defensivo, que conjuga arquitecturas de terra e de pedra num possível complexo de rampas.
As informações obtidas no terreno, têm sido conjugadas com a realização de trabalhos de fotointerpretação, encarados como um auxiliar precioso para conhecer os limites e a morfologia das muralhas do Outeiro do Circo no conjunto dos seus 17 ha. Assim, tem sido possível definir de forma mais precisa o prolongamento de troços duplamente muralhados e uma área de entrada defendida com dois bastiões anexos à muralha.
Para além da ocupação no Outeiro do Circo, assiste-se actualmente a um grande incremento de dados sobre o IIº milénio num vasto território envolvente, possibilitado por intervenções de emergência associadas a grandes projectos públicos como o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva. Surgiram grandes novidades relacionadas com a ocupação de planície, revelando uma intensa ocupação do território através de estratégias complexas, materializadas nos povoados abertos de fossas. As novas perspectivas de investigação que este conjunto de informações possibilita, lança-nos o desafio de procurar compreender as estratégias de povoamento ao longo da Idade do Bronze nesta região.
Será também apresentada uma comunicação referente a um sítio da Idade do Bronze intervencionado pela empresa Palimpsesto, Lda., mas que integra também o âmbito da investigação do projecto:
Arroteia 6 (Mombeja – Beja) no contexto da Idade do Bronze do Sudoeste Peninsular.
Eduardo Porfírio e Miguel Serra (Palimpsesto, Lda.); geral@palimpsesto.pt
Resumo: Durante os trabalhos de minimização de impactes sobre o património, a cargo da Palimpsesto, Lda., decorrentes do projecto “Conduta Santa Vitória, Mombeja, Beringel”, relativo à implantação de condutas de abastecimento de água às freguesias rurais do concelho de Beja, da responsabilidade da EMAS, EEM, foram detectados vestígios de estruturas escavadas no caliço brando da região que revelaram materiais genericamente enquadráveis na Idade do Bronze.
Eduardo Porfírio e Miguel Serra (Palimpsesto, Lda.); geral@palimpsesto.pt
Resumo: Durante os trabalhos de minimização de impactes sobre o património, a cargo da Palimpsesto, Lda., decorrentes do projecto “Conduta Santa Vitória, Mombeja, Beringel”, relativo à implantação de condutas de abastecimento de água às freguesias rurais do concelho de Beja, da responsabilidade da EMAS, EEM, foram detectados vestígios de estruturas escavadas no caliço brando da região que revelaram materiais genericamente enquadráveis na Idade do Bronze.
A intervenção arqueológica permitiu identificar duas áreas de interesse, ambas sob a designação de Arroteia 6, das quais uma apresentava-se bastante afectada pela intensa actividade agrícola característica desta região dos “Barros Negros”, não permitindo definir com rigor o contexto arqueológico a que se reportava, mas documentando a existências de níveis com materiais cerâmicos da Idade do Bronze. A segunda área escavada, permitiu a identificação de uma estrutura negativa de tipo silo/fossa, cujos enchimentos embalavam diversos materiais, entre os quais se destaca um conjunto taças carenadas enquadráveis no Bronze Final.
A análise espacial e morfológica da envolvente à área de intervenção permite considerar que estes vestigíos se podem integrar no grupo dos povoados abertos de fossas da Idade do Bronze, semelhantes a outros recentemente identificados nas regiões vizinhas de Beringel e Trigaches.
De facto, a área envolvente desenvolve-se numa plataforma homogénea de planimetria elipsoidal, composta por terrenos férteis integráveis nos solos de tipo “Barros Negros”, próxima de linhas de água sazonais, revelando a mesma estratégia de implantação de outros sítios semelhantes.
De facto, a área envolvente desenvolve-se numa plataforma homogénea de planimetria elipsoidal, composta por terrenos férteis integráveis nos solos de tipo “Barros Negros”, próxima de linhas de água sazonais, revelando a mesma estratégia de implantação de outros sítios semelhantes.
O povoado deverá ocupar parte ou a totalidade desta plataforma, apesar da intervenção apenas ter detectado uma estrutura, situada nos limites desta área.
Pretende-se efectuar igualmente algumas considerações sobre a eventual contemporaneidade entre este sítio e o povoado do Outeiro do Circo, bem como a relação entre ambos, integrando-os na rede de povoamento que começa a emergir nesta região.
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