quarta-feira, 22 de maio de 2013

Tu fazes, eu parto, juntos colamos – Workshop 1 – Modelação.

Na passada quinta-feira, dia 16, decorreu no Instituto de Arqueologia da Universidade de Coimbra o primeiro workshop da trilogia que compõe o projecto “Tu fazes, eu parto, juntos colamos”. A primeira sessão foi integralmente destinada à modelação de recipientes cerâmicos, segundo processos e técnicas documentadas em cerâmicas da Idade do Bronze de vários povoados do sudoeste peninsular, entre os quais o do Outeiro do Circo.

A oficina de modelação iniciou-se com uma apresentação teórica na qual se deram a conhecer as técnicas a utilizar, bem como as várias fases da “cadeia operatória” de alguns tipos cerâmicos da Idade do Bronze. Para além da base arqueológica propriamente dita foram também apresentados exemplos oriundos da etnografia.


Em seguida, foi a vez dos participantes arregaçarem as mangas e lançarem mãos à preparação da argila, juntando-lhe desengordurante e amassando-a até atingir o estado de plasticidade indicado para a modelação. Nesta fase, e tendo como base técnicas documentadas nas cerâmicas pré-históricas e etnográficas – nomeadamente a técnica do rolo e das placas, os recipientes foram tomando forma, uns mais sólidos, outros mais periclitantes, consoante a destreza dos “oleiros”. A intervenção dos monitores permitiu corrigir problemas estruturais em algumas peças, e também alguns pormenores técnicos, salvaguardando-se eventuais perturbações durante a fase de cozedura.


Concluida a fase de modelação, as peças ficarão a secar até à próxima sexta-feira 24 de Maio, dia em que se realizará a cozedura e da qual daremos notícias brevemente.


Relembramos que este projecto, financiado pela Associação Arqueológica do Algarve (AAA), é coordenado por Ana Osório com a colaboração de Sofia Silva e Diana Fernandes. A organização ficou a cargo do Instituto de Arqueologia do Departamento de História, Arqueologia e Artes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e dos responsáveis do Projecto Outeiro do Circo, contando ainda com a colaboração do CEMUC – Centro de Engenharia Mecânica da Universidade de Coimbra e do CEAUCP – Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto/Campo Arqueológico de Mértola.

Na nossa página do facebook podem consultar um álbum fotográfico desta actividade.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Conferências Outeiro do Circo: Balanço.

No passado dia 3 de Maio o Projecto Outeiro do Circo organizou, em conjunto com o Instituto Politécnico de Beja, as Conferências Outeiro do Circo. Esta actividade constou de duas partes, sendo a primeira, constituída por duas conferências, realizadas nas instalações da Escola Superior de Educação de Beja. A conferência incial foi apresentada por Sofia Soares que traçou as inúmeras interrelações existentes entre a geologia e a arqueologia. A encerrar, Miguel Serra e Eduardo Porfírio discorreram sobre os trabalhos arqueológicos desenvolvidos nos últimos anos no Outeiro do Circo, bem como sobre as actividades que têm sido desenvolvidas no âmbito do projecto dedicado àquele povoado do Bronze Final e ao seu território envolvente.

Da parte da tarde os trabalhos decorreram no próprio povoado do Outeiro do Circo. Sempre sobre o signo do cruzamento de conhecimentos entre a componente arqueológica e a geológica, houve oportunidade para de um modo mais prático abordar sumariamente a geologia desta zona, caracterizada ao nível litológico pelos gabros e ao nível geomorfológico pela designada Falha da Messejana. Ao nível da arqueologia para além de uma visita à sondagem arqueológica aberta sobre o sistema defensivo do povoado, houve ainda tempo para deixar a vista vaguear pela planura que envolve o Outeiro do Circo e paralelamente, falar sobre o que a arqueologia tem vindo a revelar sobre os antigos habitantes desta planície.

A actividade prosseguiu em ritmo de passeio até à aldeia de Mombeja. Pelo caminho houve ainda oportunidade para ir comentando algumas das características mais relevantes da paisagem envolvente, nomeadamente a composição dos barros negros, ou a relativa abundância de água desta área em consequência da Falha da Messejana.

De referir a relativa heterogeneidade do público, que apesar de contar com alguns elementos da área da arqueologia, era também composto por elementos de áreas tão diversas como a Engenharia Civil ou a Matemática.
Muito obrigado a todos pela excelente tarde de troca de aprendizagens, e um agradecimento muito especial à Sofia Soares pelo empenho colocado na organização desta iniciativa.