Breve sumário dos antecedentes de um projecto:
O povoado fortificado da Idade do Bronze do Outeiro do Circo, apesar de bastante citado na extensa bibliografia arqueológica portuguesa sobre a Proto-História do Sul de Portugal, nunca foi alvo de trabalhos sistemáticos de escavação, continuando a lançar dúvidas quer a nível cronológico, quer ao nível da sua topografia humana e ocupação do território. Dúvidas estas que os trabalhos de escavação iniciados este ano pretendem começar a colmatar, ou até quem sabe a adensar ainda mais aquelas questões.
Este sítio arqueológico não passou despercebido aos olhos de diversos estudiosos que lhe dedicaram alguma atenção, não sendo alheio a esse interesse o sugestivo topónimo de “Muros”, como é conhecido nas localidades mais próximas, que imediatamente o relaciona com edificações antigas.
Os primeiros investigadores a debruçarem-se de forma mais rigorosa sobre o sítio foram Rui Parreira e António Monge Soares, quando lhe atribuem uma primeira interpretação cronológica e funcional enquadrável no período final da Idade do Bronze, para além da definição de uma primeira planta do recinto muralhado.
O projecto
O projecto “A transição Bronze Final/Iª Idade do Ferro no Sul de Portugal. O caso do Outeiro do Circo” foi aprovado pelo IGESPAR e apresenta como principais objectivos:
- compreensão da dinâmica interna do povoado;
- esclarecer a relação e contemporaneidade da muralha circundante com a zona interina do povoado;
- conhecer a topografia humana do território dominado e explorado pelo povoado;
- obtenção de cronologias absolutas e caracterização cultural da(s) ocupação(ões) humanas;
- relação do povoado com outras regiões, estudo das redes de contactos do povoado e sua inserção em prováveis rotas comerciais terrestres e fluviais.
A campanha do ano de 2008 incide numa zona de talude na área Noroeste do povoado naquele que será um troço de muralha, pretendendo-se aferir o estado de conservação daquela estrutura, bem como as suas características construtivas e a sua datação.
Esta campanha de escavações conta com o apoio das seguintes instituições:
- Câmara Municipal de Beja (financiamento de alimentação, deslocações e apoio logístico)
- Junta de Freguesia de Mombeja (cedência de instalações e meio de transporte)
- Palimpsesto – Estudo e Preservação do Património Cultural (meios materiais, equipamentos de registo e informáticos)
- Degebe – Associação de Defesa do Património Cultural (meios materiais)